Marlyana Tavares

Mulher no volante, perigo constante? Quantas vezes você, mulher adulta, vacinada, dona do seu nariz, já ouviu esse ditado besta? Ou outras piadinhas? Garantir-se no volante não é difícil, principalmente dentro da cidade, onde qualquer socorro está a pouca distância. Mas, e quando se trata de pegar a estrada? Sempre viajei, mas, com a maturidade, dei para preocupar em viajar de carro sozinha. Acho que nessa fase a gente fica mais previdente, pelo menos eu fiquei (eehehehe).

Tenho seguro e o melhor a fazer, quando dá algum problema, é acioná-lo. Afinal, trocar pneu segue como um problema, porque, eu simplesmente não tenho forças. Então, só rezando e, claro, andando com as rodas  sempre em boas condições, observando se a borracha não está lisa, se as ranhuras dos pneus estão bem definidas. E não se esquecer de manter o estepe sempre em dia. 

O pneu furar, por exemplo, é meu maior terror. Tá, sei que é fácil, já me ensinaram várias vezes, mas quem diz que eu aguento segurar o pneu, gente? Isso sempre foi trabalho para “eles”, que começam desde cedo a brincar com carrinhos. O feminismo dentro de mim vai embora nessa hora, confesso.

Uma vez, voltava de  Iriri (ES) para Minas e, na altura de Muriaé, passava por um trecho sem acostamento praticamente e senti, pelo peso do volante, que o pneu tinha furado. Fiquei pensando o que fazer, enquanto carretas passavam a “centos” por hora, deslocando o ar e fazendo o carro balançar.

Pois não é que uma meia hora depois vem de lá um rapazinho pedalando sua bicicleta, seu cachorrinho trotando do lado, num calor de arrebentar mamona? Não dei nada pelo homem, mas o desespero me fez perguntar se sabia trocar pneu e ele balançou a cabeça afirmativamente. Quase me ajoelhei a seus pés. Um anjo assim você não encontra todo dia.

As sugestões da Polícia Rodoviária Federal são:  se o seu pneu furar, pare no acostamento, sinalize e peça socorro. Você pode ligar para 191 (telefone da PRF), mas se eles estiverem em outra ocorrência mais importante (não vai ser o seu pneuzinho furado) vão demorar. Vou martelar: é boa ideia ligar para o seguro antes de viajar e confirmar quais são os recursos que você terá. Eles chegam em quanto tempo, etc, etc…

Nas rodovias pedagiadas, você paga caro mas a assistência é prometida para troca de pneus, pane seca, pane elétrica, pane mecânica, guinchamento, socorro simples sem remoção, socorro com resgate de ambulância, por exemplo.

Problemas mais comuns e o que fazer

Ao longo do tempo desenvolvi uma cartilha própria de medidas de prevenção para passar o mínimo de aperto possível. Afinal, me ver numa estrada sem movimento, sozinha, com o carro quebrado, é a última coisa que eu quero. Por isso, o primeiro item da lista é ler o manual do veículo. Também tomo o cuidado de nunca viajar à noite, sempre de manhã ou início da tarde. Veja os poblemas mais comuns:

*Superaquecimento: Acontece por falta de óleo, por problema na bomba de óleo ou falta de água. Pare o carro imediatamente.

*Volante tremendo: Sinal de que é preciso balancear as rodas. Tente fazer isso na próxima parada.

*Carro puxando para um lado: Rodas desalinhadas. Pare no posto, confira a calibração dos pneus, que tem que ser feita de acordo com o manual do carro.

*Barulho parecendo um silvo, quando você freia: sinal de que as pastilhas do freio estão gastas ou são de má qualidade. Troque-as.

*Motor falhando: pode ser falha na ignição ou sistema de alimentação.

*Borrachas dos limpadores de pára-brisas ressecam muito. É bom trocá-las com frequência.

*Carro movido a etanol que não liga na garagem: não se esqueça de verificar o recipiente da gasolina. E outra coisa que aprendi outro dia: se abastecer com etanol, ande pelo menos uns sete quilômetros com o carro. Não pare direto na garagem.

*Lanternas: troque imediatamente qualquer uma delas que parar de funcionar. Além de causar problemas de visibilidade, é multa na certa.

*Em neblina alta: ande sempre com os faróis baixos. Se for possível, dê um tempo em algum posto, restaurante ou lanchonete e espere passar a situação. Com temporais, a mesma coisa. Mas pare em lugar seguro, nunca às margens da estrada.

*Pneu careca: nããããããããão! Ainda mais com chuvas, né gente?

*Na hora de trocar a bateria, verifique a amperagem: quanto maior, melhor para os faróis e o desenvolvimento do motor.

*Consulte o site do Dnit para saber as condições das estradas, especialmente neste período de chuvas.

E você, já leu o manual do seu carro? Dirige a qualquer hora do dia e da noite? Conte abaixo se passou algum perrengue dirigindo sozinha e como resolveu.