Marlyana Tavares – A região de Visconde de Mauá é apaixonante. Por suas montanhas e cachoeiras. Pela gastronomia diversificada e requintada. Pelas pousadas aconchegantes e românticas. Dito disso, o que fazer em Visconde de Mauá? Vamos lá!

Dentro de uma área de preservação ambiental e na divisa com o Parque Nacional do Itatiaia, Visconde de Mauá reúne três vilas: a própria; Maringá, dividida pelo Rio Preto com parte em Itatiaia (RJ) e parte em Bocaina de Minas (MG); Maromba (Itatiaia).

São três cidades, dois estados, três vilas e sete vales em apenas 37 quilômetros na  Mantiqueira. Tudo bem ligadinho por estradas, estradinhas e caminhos, asfaltados ou não. Limites mais políticos do que geográficos.

Inverno é altíssima temporada, mas a partir de setembro (fiquem de olho) os preços das diárias nas 120 pousadas e dois campings da região baixam cerca de 20%. Então eu diria que é uma época bem boa, não chove (como janeiro), não é tão gelado e está mais em conta.

Para um roteiro de 3 a 4 dias, como a região é contemplada com pelo menos 100 cachoeiras catalogadas, recomendo costurar a viagem em torno delas ou de passeios ecológicos. Até porque, estamos em plena Mata Atlântica, não tem muito como, né?

Saiba onde se hospedar em Visconde de Mauá, com 5 sugestões matadoras:

POUSADAS EM VISCONDE DE MAUÁ: NÃO FALTA ACONCHEGO!

Roteiro das principais cachoeiras

Cachoeira e pedras

Cachoeira Véu de Noiva, pertinho do Centro da Vila de Maromba, com 15m de queda (Foto: Remorini/Divulgação)

Além do Rio Preto, cortam a região os rios Marimbondo, Santa Clara, Flores, Alcantilado, Cruzes e Prata, formando seus respectivos vales. Fiz dois passeios às cachoeiras com a Remorini Turismo de Aventuras, na companhia do guia Wanderlan Alves, o Careca.

O primeiro me levou às cachoeiras do Escorrega, Poção, Véu da Noiva e Santa Clara. São as cachoeiras mais conhecidas e procuradas. Dá para fazer esses passeios por conta própria: fazendo caminhadas a pé para algumas delas ou com veículos de traseira alta, tipo Fiat Uno.  Nem sempre as estradas estão em boas condições – às vezes estão péssimas.

Passeio com a Remorini: em grupo é vantajoso porque os gastos são divididos e não há preocupação com o veículo (Foto: Eliza Peixoto)

O outro passeio que fiz foi para o Vale do Pavão e Cachoeira do Marimbondo, a 1.600m, saindo de Maringá. Para esse roteiro recomendo ir com guia. A estrada é bem ruim. 

Poção da Maromba, Escorrega, Véu de Noiva e Santa Clara

Pedra ondulada com água por cima

Cachoeira do Escorrega: sua topografia ondulada convida a brincadeiras (Foto: Remorini/Divulgação)

EscorregaA 5,2km de Maringá e a 2,2km de Maromba, é um tobogã natural e o barato é descer de bunda, de peito ou de trenzinho nas ondulações na pedra. Há estrutura de bares e restaurantes. Nos fins de semana há uma feira de artesanato e o estacionamento é cobrado. Vá pela Estrada Maringá/Maromba até o ponto final. A estrada é bem estreita e pode ficar congestionada em feriados e finais de semana de alta temporada. 

Poção da Maromba (foto no topo desta matéria) – Fica antes do Escorrega, na mesma estrada, a 1km da Praça da Maromba. Você verá um mirante à direita de onde já se vê o poção. Siga mais 100m por uma trilha que desce até o poção. Se quiser pular da pedra, ande um pouco mais e procure outra entrada à frente. O poção tem uma profundidade de 5m e uma pedra a 7m de altura que funciona como trampolim. Recomenda-se entrar na água antes de pular para checar o poço, pois o rio nunca é o mesmo. 

Cachoeira Santa Clara

Cachoeira Santa Clara: é uma das mais altas e mais belas da região (Foto: Remorini/Divulgação)

Santa Clara – A água do Rio Preto corre por um paredão de 30m, formando uma ducha natural. Para chegar não é difícil. A cachoeira é uma das mais bonitas da região. Para chegar, pegue a mesma estrada, à direita haverá uma ponte sobre o Rio Preto, siga mais 500m, pegue a estrada à esquerda após uma bifurcação e siga mais 500m. Haverá uma trilha à direita. É só descer.

Véu de Noiva – é a mais próxima da Praça da Maromba. Depois de 500m tem uma bifurcação, vá à esquerda, suba 100m, pegue uma trilha à esquerda, siga mais 200m e chegará. A cachoeira tem 15m de queda.

Vale do Pavão e Cachoeira do Marimbondo

Homem e mulher em frente a poço e cachoeira

Casal Lígia Grabrauskas e André Daher, de Santo André aprovou o passeio até o poção do Marimbondo (Foto: Marlyana Tavares)

Na última viagem que fiz pra Mauá, no ano passado, fui para o Vale do Pavão, e conheci a Cachoeira do Marimbondo, com um poço ótimo para nadar. Para chegar a essa cachoeira só de 4 x 4 e até determinado ponto.

Seguimos pela Estrada Maringá/Mauá e entramos na estrada Vale do Pavão, andando por 7km até o alto Marimbondo.  É uma estradinha estreita (a estrada do Vale do Pavão), rodeada por araucárias, cedros, ibiúnas, manacás da samambaias-açús. Não vimos nenhuma, mas de acordo com o Careca, até onça parda anda por lá.

Mulher com máquina fotográfica e fundo com natureza

Antes de chegar ao Marimbondo, pausa no mirante para minha amiga Eliza Peixoto fotografar (Foto: Marlyana Tavares)

Passamos por um mirante de onde foi possível ver todo o vale onde fica Visconde de Mauá e  o Vale do Paraíba. No fundo, vimos uma cachoeira descendo do Pico das Agulhas Negras.

Sete quilômetros depois, no Alto do Marimbondo, uma plaquinha quebrada indicava a trilha para descer até o poço, 10m abaixo. Se não estivéssemos com guia, seria bem difícil chegar a esse lugar.

Estava com meu joelho machucado, então foi difícil descer e mais ainda subir. Precisei de ajuda mas valeu o esforço, pois lá embaixo nos esperava um poço de águas esverdeadas e muito limpas, com a cachoeira ao fundo.

Ficamos por lá cerca de uma hora, o bastante para um bom banho de cachoeira, secar ao sol, e seguir caminho. 

Outras cachoeiras

Eu não conheci mas estas são cachoeiras muito procuradas e recomendadas: Alcantilado, Toca da Raposa, Santuário, Prata, 5 Estrelas. Se você for à região, vale perguntar por elas, principalmente o Alcantilado, um complexo de 9 quedas d´água que vão aumentando de intensidade à medida que se sobe. Ficam dentro de um terreno particular. Eu só não fui porque meu joelho estava doente.

Confira os sabores locais

A gastronomia da região de Visconde de Mauá é variada e requintada. Ressalta, entre os sabores locais, a truta e o pinhão. A truta, que se adaptou muito bem às águas claras, limpas e correntes é a base de grande parte dos pratos locais na forma salmonada.

O que fazer em Visconde de Mauá: prato com truta salmonada, coberto com molho

A truta salmonada entra na preparação de dezenas de pratos (Foto: Marlyana Tavares)

Há dois trutários que podem ser visitados e onde se pode almoçar, além de, claro, levar o peixe congelado para casa: o Trutário Santa Clara, no vale de mesmo nome, e o Truta Rosa. Em outubro sempre acontece o Festival da Truta, quando restaurantes criam novas preparações com o peixe.

Mão mostra cesta com pinhões dentro

Pinhão recém-colhido: um dos principais ingredientes da região de Visconde de Mauá (Foto: Marlyana Tavares)

O pinhão, fruto da araucária, é muito versátil e se presta a várias preparações, salgadas e doces. Maio é o mês da Festa do Pinhão, quando cerca de 50 da região de Visconde de Mauá restaurantes oferecem pratos à base do fruto.

Os restaurantes

Restaurantes como o Gosto com Gosto, de comida e tradição mineiras, o Rosmarinus, à  beira do Rio Preto, e o Bistrô das Meninas, estão entre os melhores de Mauá.

Na Alameda Sofia, do lado de Maringá/Minas, os restaurantes se sucedem, um ao lado do outro, convidando você a fazer um tour gastronômico. Do chocolate ao fondue. Da pizza ao cuscuz marroquino. Mas isso você confere em outro post.

Volta ao tempo do Império

Cesta de vime preparada com prato, talheres e outros apetrechos para piquenique

Cesta de piquenique com linhos e rendas à moda do Império (Foto: Marlyana Tavares)

 

Quer brincar de voltar ao tempo de D. Pedro II? Desde o ano passado, a região de Visconde de Mauá integra o Tour da Experiência – Caminhos do Brasil Imperial:

*Na Casa das Velas é apresentada uma peça teatral sobre a iluminação pública na época imperial. As ruas, naqueles tempos, eram iluminadas com gás, sebo animal e querosene, conta a proprietária, Val Haagen. Ela é autora da peça que já foi premiada e encenada no Rio de Janeiro. Para assistir, é preciso ligar e reservar, pois só há oito lugares. Casa das Velas: Maringá, s/n (24) 3387-1198.  

*O Bistrô das Meninas desenvolveu o piquenique imperial. As proprietárias do bistrô, Renata Nesti e a chef Noemi del Pas, preparam uma cesta customizada com bebidas e comidas ao gosto do cliente, forrada em linho branco, com louça de época e talheres de prata. Incluem O piquenique era um costume daquela época.

* O Restaurante Rosmarinus oferece uma oficina de confecção de massas ao modo italiano legítimo, seguida de degustação. A ideia é remeter os participantes ao tempo da imigração, que começou em 1908. Chegaram em Visconde de Mauá os italianos, alemães, austríacos, portugueses, espanhóis, húngaros, etc.

*O Hotel Bühler também participa com a visita ao Espaço de Memórias do Hotel Bühler. O espaço guarda registros em painéis e vários objetos usados na lida diária das famílias alemãs que chegaram à região no início do século passado.

Pousadas românticas

Varandas de chalés e jardins

O Bühler foi o primeiro hotel de Visconde de Mauá e um dos únicos que aceita crianças (Foto: Marlyana Tavares)

As pousadas fazem parte da experiência de viver a região de Visconde de Mauá. Claro, você pode ficar em alguma bem simples e passar o dia fora. Mas você pode incluí-las no pacote de delícias. Da última vez, fiquei no Hotel Bühler.

A grande maioria tem chalés aconchegantes, ofurôs, varandinhas com vistas deliciosas para as montanhas, piscinas, lareiras, cafés da manhã com muitas gostosuras, trilhas para caminhadas internas. Muitas têm restaurantes, abertos ou não ao público.

As pousadas geralmente oferecem massagens de vários tipos e também há locais voltados às terapias corporais. A localização também conta pontos. Algumas ficam bem no alto, com os chalés bem escondidinhos, você se sente entre nuvens.

Comprinhas

Mulher em frente a prateleira de produtos

Mônica Rangel no Empório Gosto com Gosto: prepara o bolso porque você vaivai querer levar tudo (Foto: Marlyana Tavares)

A maior parte das lojas fica em Maringá e Mauá. Em Mauá, para comprar artesanato, o Armazém do Artesão (Rua Wenceslau Brás,s/n, vende bonecas de palha, bijuterias e bordados (de 6ª a dom) e também o Centro Cultural.

O Empório do Gosto com Gosto (Wenceslau Braz, 148), loja do restaurante de mesmo nome, é uma perdição. Tem compotas dos doces servidos no restaurante, queijos, as linguiças preparadas pela chef Mônica Rangel, aventais, queijeiras, livros da chef, acessórios para cozinheiros adultos e mirins.

A Casa das Velas é uma loja com 12 ambientes de decoração, onde se vendem centenas de tipos de velas, em várias cores e formatos incríveis, com destaque para as aromáticas (capim-santo, romã com lichia, baunilha com chocolate, para citar algumas).

Experimente também o bolo húngaro, fabricado por Precila Godinho há 23 anos. Dá água na boca só de lembrar: feito com castanha do pará, nozes, uva-passa, canela e outros ingredientes. A fábrica, localizada no Lote 10, pode ser visitada.

Como chegar

Igreja nas cores branca e azu

Entrada de Visconde de Mauá, com igreja do início do século XX (Foto: Marlyana Tavares)

*De Minas Gerais há dois caminhos: saindo de Belo Horizonte, ir até Juiz de Fora, seguir depois pela BR-116, no sentido São Paulo, até saída 311 em direção a Penedo/Visconde de Mauá. No trevo de Penedo, pegue para Mauá e ande 30 km até Visconde de Mauá. A estrada é cheia de curvas, algumas bem fechadas, mas é asfaltada.

*Outro caminho é de Juiz de Fora seguir pela BR 267 a Caxambu até Liberdade, entrar nessa cidade e seguir em direção a Bocaina de Minas, Santo Antônio, Mirantão e Visconde de Mauá.

*Mauá, Maringá e Maromba são ligadas por estradas. Entre Maringá e Mauá é asfaltado. Há um posto de gasolina entre Mauá e Maringá.

 

Viajou a convite da Mauatur e da Tereza Quinderê Comunicação

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