Patrícia Lamounier – Minha viagem à Nova Zelândia começou por Christchurch. Enquanto o corpo aguenta vou para longe. Acredito que quando ficamos mais velhas, as exigências, vontades e desejos vão mudando!
Enfim, como tudo na vida sempre verificamos custo x benefício, desta vez decidi viajar pela Ethihad Airways: excelente companhia, preço convidativo, escala em Abu Dhabi, parada em Brisbane (AUZ) e chegada por Christchurch – local do meu destino final! Poderia ter escolhido qualquer outra companhia aérea, mas teria que me deslocar até Christchurch. E a viagem é longa…
O aeroporto internacional de Christchurch é muito pequeno e não é necessário visto para a NZ. A primeira etapa do desembarque é uma breve entrevista com o pessoal da imigração. Somente uma pergunta super educada: “Você poderia me contar um pouco de suas férias na NZ?”. Então, esta foi a hora de desfiar o rosário e contar todo o meu itinerário. Depois do carimbo no passaporte, é só ir até a esteira com as malas e pegar a sua!
A segunda etapa é o momento de entrega do formulário preenchido no avião. Nesse formulário há perguntas sobre medicamentos, equipamentos esportivos, frutas, mel, ervas chinesas e japonesas, doces, animais selvagens, doenças etc.
Marque sim ou não! Não se deve mentir ou ocultar informação: a multa é pesadíssima! O oficial vai te perguntar sobre os itens marcados. Se ele decidir que é necessário raio-X e abrir a mala, você seguirá direto para uma cabine com um oficial e uma enorme mesa.
Caso contrário, hora de passar com sua mala pela fila do cachorro!!!
Você e seus pertences ficam alinhados numa faixa amarela. Um cachorro, lindinho e branquinho aparece! Não fiquei para ver o que acontece, caso o fofucho encontrasse ou cheirasse algo proibido!!!
Tudo isto acontece em menos de 20 minutos! Depois você está liberado.
Cash e Transporte
Ao sair no saguão, passe em uma casa de câmbio e troque algum dinheiro. Procure então pelos shuttles: vans fantásticas e rápidas que, por US$ 20, a deixam na porta de casa onde ficará, Inn ou hotel! O aeroporto fica a 20 minutos da cidade. Mais sugestões e preços aqui.
Terremoto
Em um dado momento na van, comecei a ficar apreensiva… Olhava o horizonte e não via os prédios… Onde estava a cidade, os carros e ônibus? O povo na rua?
A cidade é pequena e silenciosa. Ficou mais silenciosa ainda depois do terremoto de 2011. O abalo sísmico marcou a cidade de tal forma que a comunidade tornou-se mais acolhedora e participativa.
Apesar dos estragos do terremoto, a cidade está se reerguendo e criando um monte de inovações.
Hospedagem e Tour
O hotel Ibis fica no centro da cidade, ao lado da praça principal e da famosa igreja. Localização perfeita para quem viaja sozinha. O serviço também é muito bom! Bom café da manhã, recepcionistas atenciosos e internet free na recepção. Pesquise outras acomodações aqui.
Foi numa destas conversas com o pessoal que descobri na mesa de recepção uma caminhada guiada de duas horas pela cidade. O guia nos mostrou a cidade inteira de um modo engraçado e interativo.
Começamos pelo Cashel Mall, uma área de compras Re: Start. Esta área é uma combinação de lojas de moda, lojas de presente especializadas, cafés, bancos e livrarias construídas com contêineres coloridos. Definitivamente um projeto inovador de uma vila feita com contêineres que sempre podem ser acrescentados e convivem perfeitamente ao lado das estruturas permanentes.
Símbolo danificado
A igreja principal, com sua arquitetura neogótica e símbolo de Christchurch, foi bem danificada pelo terremoto de 2011 (de 2010 a 2012 vários terremotos de grande magnitude ocorreram na cidade).
Ainda não se sabe se manterão a igreja parcialmente destruída, para lembrar as perdas sofridas, se construirão outra e derrubarão a antiga, ou se a reconstruirão.
A atual igreja usada pela população é também uma estrutura feita de contêineres, que abriga cultos das várias religiões e festas: jantares, bailes e bingos.
Museus e praças
Existem alguns na cidade, mas o mais visitado é o Museu Canterbury ao lado do Jardim Botânico. Christchurch é conhecida como “cidade jardim” devido a seus parques, bosques e praças lindas.
Algumas ficam ao longo do rio Avon, que corta a cidade. Muitas intervenções culturais, esculturas e exibições podem ser encontradas nos mais diversos pontos dos parques e ruas!
Pinguins
Se houver mais tempo para aproveitar Christchurch visite o Centro Antárctico Internacional para ver os pinguins e se sentir no meio de uma tempestade da Antártida.
Comer e beber
Os restaurantes e bares são super aconchegantes e com porções bem servidas. Normalmente, a escolha fica entre a cerveja neozelandesa, uma delícia, ou o vinho da região: tinto ou branco.
Os excêntricos bares “Pop Up City”, ou pop-ups, são famosos por seu design urbano-industrial. Nos interiores, os encanamentos ficam à mostra, sugerindo uma fábrica artesanal de cerveja ou chope. São criados a partir de contêineres e sua decoração imita metal enferrujado, pintura desgastada ou concreto.
Perto da cidade, no mercado do fazendeiro (Farmers Market) é possível comprar os melhores produtos da região. Tente o kiwi dourado. Uma delicia!
Arredores
Ao redor da cidade também há muitas opções de passeios, caminhadas e visitas. O hotel mesmo pode ajudar a conseguir estes passeios e nos horários que desejar. Como tudo na cidade é pertinho, a agência de viagens também é ao lado!
De Christchurch a Queenstown
Na estrada, paradas estratégica em lugares incríveis para o clique (Foto: Patricia Lamounier)
Sair de Christchurch não é complicado. Com carro, mapas e GPS, é possível fazer uma ótima viagem e desfrutar dos pontos turísticos ou vilas onde desejar parar. A direção é mão inglesa.
Não existe uma rodoviária por lá! O que há são ônibus estacionados em frente ao Museu Canterbury, que saem para várias cidades. É interessante comprar passagem com antecedência.
O interior da Nova Zelândia é diverso e rico. À medida que os quilômetros vão passando, as paisagens diversificam!
A cor do céu me lembrou Belo Horizonte: céu de brigadeiro, forte, anil intenso! O verde se fez presente em todas as suas nuances… Verdadeira explosão de cores azul do céu, o branco da neve ainda nos picos, o verde, as rochas. A água tem uma tonalidade que eu ainda não tinha visto.
Fiz uma viagem muito tranqüila em direção a Queenstown: dois motoristas se revezando, parada a cada 2h por 15 minutos. Os pit stop eram sempre estratégicos em pontos turísticos e maravilhosos!”
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