Patricia Lamounier – O Iberostar Grand Amazon é um cruzeiro e um hotel de luxo, all inclusive, com 90m de comprimento, 3 decks e capacidade para 150 passageiros. Este cruzeiro navega pelos rios Negro e Solimões – Amazonas.
Durante a viagem é possível curtir atividades como a pesca de piranhas, passeios pela floresta, visitar uma aldeia indígena, observar jacarés, alimentar botos ou apenas cruzar o rio nas lanchas no final da tarde! É uma viagem maravilhosa e uma experiência única!
Como é all inclusive – incluindo bebidas, todas as refeições adaptam a todos os paladares. É difícil resistir à gula, pois os pratos, além de deliciosos, são lindamente decorados!
O cruzeiro ainda oferece piscina, jacuzzi, academia e palestras, bem como entretenimento de qualidade toda noite.
ROTEIRO
O pacote do Iberostar Grand Amazon é vendido por sete noites, podendo ser comprado da seguinte forma: Rio Negro (4 noites) e Rio Solimões (3 noites) ou integral – Rio Negro e Solimões (7 dias).
Eu escolhi o passeio pelo Rio Negro: quatro noites, passeios mais interessantes e os mosquitos não aparecem por lá devido á composição da água!
Ainda desejo voltar para realizar o passeio na íntegra. Foi uma viagem inesquecível!
PRIMEIRO DIA
Meu cruzeiro não começou bem. Era para estar no porto no período da tarde (15h), fazer o check-in e ser recebida pela tripulação toda uniformizada com um coquetel refrescante. Depois eu deveria subir ao deck principal para assistir a partida, às 18hs, ao som de música clássica e um deslumbrante pôr do sol.
Devido à tartaruga que comi no almoço e às três cervejas que tomei eu passei muito mal. Desmaiava o tempo todo… e terminei perdendo o barco. É desesperador chegar no porto todo escuro e achar o portão fechado. Onde estava o pessoal? De primeira, houve pânico. Muito pânico contido! Saí de BH exclusivamente para fazer este passeio pelo Rio Amazonas.
Pânico não adianta nestas horas! Liguei para a agente de viagem que tinha me vendido o pacote e ela tentou achar uma voadeira que pudesse me levar onde o navio estava. Domingo à noite, tudo fechado… Claro, que não conseguiu!
Então lembrei que o hotel em que estava hospedada tinha uma agência de viagem e que talvez os locais pudessem me ajudar melhor! Salvação!!!
Um agente de viagem do hotel conseguiu uma voadeira, ligou para o primo dele que por sorte trabalhava no Iberostar Grand Amazon. O primo então avisou o capitão que eu estava a caminho.
É claro que não parou por aí: ao descer correndo as escadas do píer, eu tropecei e rolei escada abaixo, ralando minhas pernas. Ao entrar na voadeira, a mala que estava posicionada na minha frente, veio direto pra cima de mim quando a lanchinha arrancou. Foi uma “batida” e tanto!
Três horas depois de perder o barco, me “estropiar” nas escadas e levar uma “malada”, eu embarcava. Já aliviada, o capitão veio me receber e me parabenizou pela coragem. Disse que fui a primeira passageira a pegar o barco depois de partir. Fiquei orgulhosa!
Tomei meu coquetel de boas vindas e fui direto para a enfermaria, onde havia uma enfermeira esperando por mim! Eu estava toda esfolada!
SEGUNDO DIA
Acorda-se muito cedo no barco! Todos os dias, o café é servido de 5h30 às 11h30 no terraço ou de 7h às 9h no restaurante. Depois de um farto café da manhã, nos foi oferecido uma caminhada na floresta da região de Jaraquins com árvores altas e de grande valor medicinal ou um passeio de lancha pelos igarapés de Jaraquins. Optei pela caminhada.
Fomos levados até um ponto do rio, onde desembarcamos. Foi uma caminhada leve, em local plano e o guia explicou toda a sistemática da selva. Dissertou sobre o solo, sobre os animais, sobre as árvores. Respondeu nossas perguntas. Vimos algumas espécies de sapos, bem pequenas e venenosas. A selva foi uma surpresa para mim: no solo a mata é aberta, mas quando é sobrevoada, é mata fechada!
Voltamos para o barco. Almoço e outro passeio já no final da tarde. É necessário esperar um pouco antes de sairmos de novo. O calor pode cansar alguns passageiros. Desta vez fomos num passeio de lancha por entre as ilhas da região. O 2º maior arquipélago fluvial do mundo. Sempre o pôr do sol no rio é um espetáculo de Deus!
Para quem anima, na parte da tarde existe sempre uma atividade ou uma palestra oferecida pelos monitores!
Tivemos um passeio noturno para focagem de jacarés e ouvir os sons noturnos da mata na região de Três Bocas.
TERCEIRO DIA
Conforme mencionei, o dia começa cedo e o café sempre está servido tanto no terraço, quanto no restaurante. Mas neste dia, ao abrir a cortina da cabine, verifiquei que a marinha e exército Brasileiro estavam em treinamento na área. Os navios P21, 22, 23 e 24 estavam lá… Achei legal poder vê-los. Pena que não pude ir a bordo! Teria gostado.
A programação foi o passeio pelas trilhas dos igarapés de trincheira e visita aos botos cor de rosa de Novo Airão ou passeio de lancha pelos igarapés e visita aos botos. Optei pela caminhada e visita aos botos.
Infelizmente não foi possível nadar com os botos. Eu teria adorado! Até pensei em cair na água – tipo “escorreguei”, mas na verdade fiquei com medo por causa da minha perna. Estava ainda muito esfolada, dolorida e ardida. Voltando aos botos: são lindos! Verdadeiras criaturas fofuchas!
Almoço. Depois visita à comunidade indígena no Rio Cuieiras para conhecer a escola, posto de saúde, moradia e cultura local. É possível adquirir algum artesanato. Eu comprei um pequeno boto de madeira.
Após o jantar foi oferecida uma palestras sobre peixes e pássaros da região. Eu optei por ficar no deck escutando um conjunto de música local.
QUARTO DIA
Acordamos mais cedo ainda. O dia prometia: haveria o passeio de lancha pelo Rio Ariaú onde se observa macacos, preguiças e pássaros. O que eu mais gostei foi conhecer o hotel de Selva Ariaú. Ele sempre foi famoso por suas palafitas na água e sua cúpula redonda no meio da floresta amazônica.
Depois deste passeio fomos levados para a famosa pesca da piranha. Eu me diverti muito especialmente observando os companheiros de lancha. Um conseguiu “engarranchar” o anzol da vara no galho de uma árvore que estava na beira do rio. Foi muito engraçado tentar tirar o anzol enquanto os outros pescavam pequenas piranhas e vibravam com o feito!!!
Pudemos optar mais uma vez pelo passeio na parte da tarde! Passeio de lancha na região do Tupé com parada nas praias de areia branca e mergulho no Rio Negro ou visita ao Museu do Seringal Vila Paraíso onde se aprende muito sobre o Ciclo da Borracha. Optei pelo museu.
Um lugar no meio do nada… Uma casa grande, a casa do Barão e sua família, o barracão dos seringueiros, o armazém dos empregados. Aprende-se como é retirado o látex e o processo de fabricação da borracha. Conhece-se as condições em que os seringueiros trabalhavam (subumanas e, por causa das dívidas que acumulavam na venda e não conseguiam saldar, se tornavam escravos e reféns do Barão da Borracha). Vale a pena conhecer!
Jantar de gala com o capitão. O pessoal do restaurante conseguiu mais uma vez nos encantar! Brilharam!!! Depois show! Deveras, uma noite espetacular!
QUINTO DIA
Café da manhã e encontro das águas. O barco fica parado de 6h às 8h30 para conhecermos este famoso espetáculo natural. Este fenômeno ocorre justamente no encontro das águas do Rio Negro com o Rio Solimões. Por causa das diferenças físico-químicas das águas destes dois rios, um de cor negra e outro de cor marrom barrento, eles não se misturam e correm paralelamente por vários quilômetros.
Às 8h30, o navio segue para o porto de Manaus para desembarque dos passageiros e embarque dos outros que irão realizar o passeio do Rio Solimões.
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