Marlyana Tavares – Escolher o que fazer na Praia do Forte, a 80 quilômetros do Centro Histórico de Salvador (BA), não é lá muito difícil. Explorar as praias, visitar o Projeto Tamar e observar as tartarugas marinhas, aventurar-se em passeios ecológicos pela região e visitar o Castelo Garcia d’Ávila construído no início da colonização portuguesa, são apenas algumas das atividades possíveis neste trecho do litoral baiano.

Você pode fazer um bate-e-volta ou reservar alguns dias para conhecer a região, hospedando-se. Estive lá das duas formas. Neste post, selecionei sete dicas sobre o que fazer na Praia do Forte, numa estada maior.

Em apenas um dia, escolha sair de Salvador fora do rush, porque o trânsito neste horário é bem complicadinho. Mas, pode ter certeza, Praia do Forte vale bem mais do que só um dia.

1 – Explore 14 km de praias preservadas

Praia do Forte

Quando a maré baixa formam-se piscinas naturais em vários pontos (Fotos: Marlyana Tavares)

A areia é bem plana e fácil de caminhar. Se está hospedado em um resort, aí já é pé na areia. Se escolheu uma pousada mais no Centro, você chega na Praça São Francisco, onde está a Capela de São Francisco de Assis, olha para a direita e esquerda e já vê o espetáculo da natureza.

À direita se estende um tapete de areia, ótimo para caminhar. À esquerda, já se vêem as piscinas naturais da Praia do Porto, local chamado de Aquário. Veja ali barracas que alugam snorkel para ver os peixinhos. É neste local também que os pescadores deixam seus barcos.

Caminhando mais cerca de 15 minutos, chega-se à Praia Papa-Gente, onde também se formam piscinas naturais. Próximo à Praia Papa-Gente, fica a Praia do Lord.

Uma curiosidade: quando você estiver andando na praia e se deparar com uma bandeirinha vermelha é que ali há um ninho de tartaruga. É bom ter bastante cuidado!

Praia do Forte

Bandeira vermelha indica presença de ninhos de tartaruga

2 –Visite o Projeto Tamar

Desculpe o clichê, mas este é um programa imperdível, pelo menos se você está indo pela primeira vez. Aliás, este é o maior chamariz da Praia do Forte. As crianças vão adorar. Eu fiquei encantada. Se for no fim de semana, prepare-se para filas, nada muito insuportável. Veja mais sobre como é a visita ao projeto Tamar aqui.

Na área do Projeto Tamar, há vários tanques com quatro das cinco espécies de tartarugas marinhas que vivem em nosso litoral, incluindo os filhotinhos, além de tubarões e pequenos seres marinhos. São as tartarugas verde, cabeçuda, oliva e de pente.

A sede do projeto fica localizada logo atrás da Praça São Francisco. Acho interessante informar-se antes sobre os horários das atividades abertas ao público, como alimentação dos animais e observação do nascimento dos filhotes, entre novembro maio (71) 3676-0321. Na saída, visite a lojinha.

Projeto Tamar

Tartaruga em aquário do Projeto Tamar

3 – Conheça o Castelo Garcia D’Ávila

O castelo fica a dois quilômetros da Praia do Forte, na Alameda do Farol, acesso pela Linha Verde. Para fazer este passeio, escolha a parte da manhã, mais fresca. Não vá depois do almoço ou você corre o risco de desfalecer, se for época mais quente.

Chapéu e protetor solar são imperativos. Há passarelas para ligar uma parte à outra das ruínas e vários recantos para fazer aquelas fotos em que as pedras da construção emolduram o mar azulzinho.

Antes, é bom dar uma passada no Centro de Visitantes, para entender um pouco da história e de como era o castelo antes de ser apenas ruínas, por meio de uma maquete.

A edificação começou a ser construída 51 anos depois da descoberta do Brasil. O dono, Garcia d’Ávila, era filho do primeiro governador-geral do Brasil, Thomé de Sousa.

Ele tinha a tarefa de vigiar os mares e evitar invasões, por isso a edificação foi feita no ponto mais alto da região. O primeiro pagamento recebido por ele foram duas vacas.

O “detalhe” de ele ser filho de Thomé de Sousa era escondido, pois ao governador era proibido doar terras para familiares. Olha o nepotismo, já naquela época. Lei descumprida, Garcia d´Ávila tornou-se logo o maior latifundiário e o homem mais poderoso da Bahia.

Castelo Garcia d'Ávila

Castelo Garcia d’Ávila, construído para afastar invasores (Foto: Jota Freitas/Bahiatursa)

4 – Aventure-se por terras e mares

SAPIRANGA

Vá além do óbvio e veja o que as agências de turismo de aventura locais têm a oferecer. Desbrave redondezas. Na Reserva de Sapiranga, por exemplo, você pode fazer 10 trilhas entre curtas e mais longas a pé, além de passeios de jipe, canoa, caiaque, tirolesa.

BALEIAS

Nos meses de julho a outubro são oferecidos passeios de escuna para observação de baleias jubarte. Há voos de parasail (espécie de paraquedas puxado por lanchas), além de mergulho com snorkel e para credenciados na praia de Papa Gente. Informe-se nos receptivos locais ou no seu local de hospedagem

5 – Experimente sabores

Apontado como um dos mais tradicionais, o Terreiro Bahia é tocado pela chef Tereza Paim, famosa no mundo da gastronomia, com seus pescados e moquecas. Tem também carne de sol e cordeiro entre as receitas.

Mas você pode optar por um pastel de peixe com cerveja ou experimentar as tapiocas da Casa da Farinha, sempre concorridas.

Diz-se por lá que o Bar do Souza faz o melhor pastel e é bom mesmo. Mas já se instalou a concorrência. Que tal brincar de eleger o melhor pastel de peixe da Praia do Forte?

Para comidinhas descoladas, o Café do Forte é boa opção, na Alameda do Sol, bem como o Tango Café, na mesma rua, onde você experimenta sanduíches com pão fabricados no estabelecimento.

Tango Café

Tango Café é um dos mais recomendados

6 –Percorra a Alameda do Sol

Programa para a tardinha, depois da praia – de manhã, a vila fica meio deserta e as lojas estão fechadas. A alameda e arredores ainda guardam um saborzinho antigo, algumas casinhas de pescadores, senhorinhas com cadeiras nas calçadas, mas é pouco. Muitos pescadores venderam seus imóveis para as lojas de marcas.

Além das lojas, a alameda concentra restaurantes e barzinhos com música ao vivo. A circulação de carros é proibida. Só são permitidas bicicletas e os “bicitáxis” para transporte. Cuidado ao pedir informações aos condutores. Na maioria das vezes, eles indicam bares e restaurantes que lhes pagam comissão.

Não que estejam indicando coisa ruim, mas faça a sua pesquisa antes, ou pergunte despretensiosamente no seu hotel ou pousada sobre os melhores lugares para comer e beber. Garanto que haverá algum que caiba seu orçamento.

7 –Leve na mala

Sempre que viajo gosto de voltar para casa com alguma coisa genuína do lugar. Na Praça da Música, é vendido o artesanato em palha de piaçava: existe uma associação de artesãos especializados nesse ofício. São bolsas, carteiras, jogos americanos e chapéus, em tons natural e coloridos. Muito lindo e original. Funciona das 9h às 19h.

Na Casa de Farinha, você encontra a farinha de mandioca em várias versões e há também lojinhas que vendem conservas de pimentas.