Marlyana Tavares – A capital alagoana foi tudo o que eu esperava e deixou saudade. Há muitos lugares onde ir em Maceió.  Além das praias urbanas, rumando para o litoral Norte ou o litoral Sul, estão as praias mais belas, acessíveis a distâncias não superiores a 60 quilômetros. Maceió é também banhada pela Lagoa de Mundaú que, junto com a Lagoa de Manguaba, tem 32 ilhas, e pode ser percorrida em passeios de escuna. É muita praia para conhecer e desfrutar, com uma característica bem peculiar: as piscinas naturais que se formam entre os corais à medida que as marés vão baixando. A coloração das águas, variando entre azuis e verdes também é uma marca das praias da região. Durante o dia, o programa é visitar as praias. Não dá pra ter preguiça e há várias formas para isso. À tardinha, depois do banho, “bora” conhecer os mercados de artesanato, passear nos calçadões, comer uma tapioca, tomar uma nas barracas, ver a vida passar devagarinho, ao sabor das ondas. Essa é a vida de quem viaja a Maceió a passeio. Essa foi minha toada nos 7 dias que estive por lá. Neste post, conto o que achei das praias e dos passeios que fiz fora de Maceió, o tipo de transporte usado, e como foi visitar o Pontal da Barra, supra-sumo do artesanato de renda. Ficou muita coisa por fazer, gostaria de ter tido mais tempo. Mas isso tem seu lado bom. Por isso, ao escrever e relembrar minha viagem, já deu vontade de ir correndo conferir as milhas e reservar o hotel para a próxima.

ONDE IR EM MACEIÓ: PRAIAS URBANAS

Jangadas coloridas em praia e o mar em onde ir em Maceió

Praia de Pajuçara, de onde saem os passeios de jangada para as piscinas naturais (Wikimedia Commons)

Uma breve introdução, com duas dicas fundamentais e um pedido. Como uma das maiores atrações do litoral alagoano são as piscinas naturais consulte a Tábua de Marés para ver o melhor horário para desfrutá-las (sempre na maré mais para baixa). A tábua de marés também é publicada nos jornais e sites locais e você também pode se informar no hotel. E, muito importante, procure saber no site do Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas,no item balneabilidade, as condições para banho das praias. Essas condições variam e alguns trechos podem ficar impróprios para mergulhos. Agora, o pedido: pelo amor de Deus! Quando visitar as piscinas, não pise nos corais, não use protetor solar, não tire nada do lugar, não alimente os peixes com ração, com pão, com nada. Se você fizer isso, pode ser que em sua próxima viagem você veja corais brancos e mortos e nenhuma variedade de peixes, para dizer o mínimo.

PRINCIPAIS PRAIAS

PAJUÇARA – É de onde saem as jangadas às piscinas naturais (foto acima). As jangadas, cartão-postal de Maceió, ficam esperando os turistas em frente ao Hotel Radisson (Av. Antônio Gouveia, 925). A praia é bastante movimentada e tem muitas barracas. Em dias de semana é mais calmo na areia.
Onde ir em Maceió: coqueiros, praia e edifícios

Praia de Ponta Verde e, seguindo à esquerda, Jatiúca (Marlyana Tavares)

PONTA VERDE – Foi onde me hospedei. Da sacada do meu quarto tirei esta foto. À esquerda, fica Jatiúca. Ponta Verde é ladeada por coqueirais e tem barracas bacanonas. (Veja aqui sobre hospedagem em Maceió. Se você escolher seu hotel por esse link não paga nada a mais por isso e a gente ganha uma comissão que ajuda a cobrir os custos do blog.) Experimentei a barraca Lopana numa tarde solar com minhas duas amigas e ficamos até o entardecer. Gostei bastante da decoração e do cardápio, mas não fiquei para o show da noite. Sim, porque essa barraca é endereço do agito com apresentações ao vivo de músicos e DJs, assim como a concorrente, Kanoa Beach. Ambas ficam na Avenida Silvio Caldas Viana. Ponta Verde é bem central, dá para ir a pé tranquilamente para as outras praias – Jatiúca e Pajuçara. Também é próximo dos mercados de artesanato, barracas de castanhas, barracas de tapioca, ótimo para passear à noitinha. JATIÚCA – É famosa por campeonatos de surfe e barracas de tapioca. As ondas são mais agitadas que as outras praias. Jatiúca é um dos bairros mais badalados da cidade.

ARREDORES DE MACEIÓ- LITORAL NORTE

Mar, faixa de areia, coqueiros e banhistas em bancos e mesas

Praia de Ipioca, Barraca Hibiscus: cinco estrelas da temporada (Marlyana Tavares)

IPIOCA (FLORIANO PEIXOTO- 28km) – Gostei tanto que voltei uma vez mais na mesma viagem. É uma praia extensa, linda, tranquila, um mar de um verde-azulado hipnotizante. Fiquei com minhas amigas na barraca Hibiscus. Pagamos a taxa de day use. Super recomendo. Chegamos cedo as duas vezes para pegar um bom lugar numa cama de casal. Sim, você fica numa cama de casal ou numa barraca grande coberta com piaçava, mesa, rede, bem de frente para o mar. Mas tem que chegar cedo hein? A areia é bem batida, boa para caminhar. Comidinhas gostosas, bem servidas. Quando estávamos lá, a inspiração bateu para um espumante ao sabor do vento, num esbanjar sem culpa. A barraca providencia passeios de catamarã a piscinas naturais. O acesso é pela AL – Norte, entrada pelo condomínio Angra de Ipioca. É um lugar bacana também para levar crianças. Tem boa infraestrutura, piscina, restaurante.
Barco com pessoas e homem segura ouriço-do-mar

Passeio a Paripueira: instrutor brinca com ouriço (Marlyana Tavares)

PARIPUEIRA – Com a embarcação ancorada a 2,5 km da costa, os turistas podem alugar o snorkel ou cilindro para mergulhar nas piscinas. Eu fiz esse passeio, saindo da Praia de Paripueira, do Restaurante Mar & Cia. Não vi muitas espécies de peixes. Geralmente é o que tem acontecido nesse tipo de passeio, infelizmente, ficam só aqueles peixinhos amarelos listrados de preto, vulgarmente conhecido como sargentinhos. A bordo, o instrutor mostra ouriços, outros bichinhos e corais que vão tirando do mar, fala sobre a importância da preservação, etc. Foi legal, mas não foi nenhuma “Brastemp”. Pode ter sido o dia, não sei, ou a quantidade de turistas. Confesso que ando com preguiça desse tipo de programa justamente porque acho que não deve haver mais esse tipo de programa. Mexe demais com o meio ambiente e tem sido muito nocivo aos corais. Estou ranzinza demais? Na volta, ficamos no restaurante e assistimos a um show de danças folclóricas, típico programa turístico.

ARREDORES DE MACEIÓ – LITORAL SUL

Praia, pessoas em piscinas naturais, faixa de areia e barracas: onde ir em Maceió

Praia do Francês: fim de semana é bastante agitada (Marlyana Tavares)

PRAIA DO FRANCÊS (20KM) – Quando ouvia falar de Maceió, antes de ter ido, a segunda coisa que diziam era: Praia do Francês. Fui com essa praia na cabeça, com se fosse um ícone de lá. A Praia do Francês fica a 20km de Maceió. Perto. Porém, fiz a burrice de ir em um fim de semana. Barracas, muitas barracas. Lotadas. Ambulantes, muitos ambulantes. Não faça o que fiz: vá durante a semana para aproveitar a água mansa, ter visão para absorver toda a beleza dos azuis e verdes do mar e aproveitar com mais exclusividade as piscinas naturais.
Mar com pessoas nadando, faixa de areia e muitos coqueirais: onde ir em Maceió

Linda, linda, linda. Deliciosa, a Praia do Gunga! (Marlyana Tavares)

PRAIA DO GUNGA (Roteiro, a 49km – Litoral Sul) – Linda, linda, a Praia do Gunga é considerada uma das dez melhores do Brasil.  De um mirante, antes de chegar à praia, dá para fazer belas fotos dos coqueirais de Barra de São Miguel, numa ponta de areia, com o mar ao fundo.
Três moças na praias: onde ir em Maceió

Rogerlan Machado, eu e Cyntia Ferreira na Praia do Gunga (Arquivo Pessoal)

Há estrutura de barracas na Praia do Gunga. Recomenda-se fazer o passeio de buggy até as falésias. Eu, desafortunadamente, não fiz. Vai ficar para a próxima. JACARECICA DO SUL (Jequiá da Praia) – Tida como uma das praias mais belas do litoral Norte de Alagoas, Jacarecica do Sul faz justiça à fama. Cercada por coqueiros, a praia é linda, extensa e o mar bravio. As falésias, com até 15m de altura, têm uma coloração bem avermelhada. Partindo de Maceió, são 55km de distância, cerca de 40 minutos pra chegar.
Descida de morro, moças e praia ao fundo:onde ir em maceió

Praia de Jacarecica: extensa, de ondas fortes e grande beleza (Marlyana Tavares)

Para acessar a praia, a partir da estrada, foi preciso atravessar um rio (pegamos o passeio conhecido como Circuito do Pau de Arara) . Na outra margem, um caminhão do Exército com a carroceria adaptada como uma jardineira (ou pau de arara) já estava à espera para seguir por um trecho bem esburacado até o alto da falésia. Não tente fazer isso com um carro de passeio. Sacoleja daqui, sacoleja dali, a recompensa veio meia hora depois. Do alto da falésia, tem-se o visual belíssimo da praia selvagem, digna de um cartão postal ou cenário de novela.
Caminhão e moça, onde ir em Maceió

Só mesmo caminhão do Exército com essas rodas grandes para aguentar o tranco das estradas esburacadas de Jacarecica (Arquivo Pessoal)

Para chegar a pé até a praia, é preciso descer um morro cujo solo é feito todo de conchinhas quebradas. Lá embaixo, ninguém se furta a uma foto, claro. Já o banho tem que ser cuidadoso pois as ondas são bravias. Tanto que os guias já avisam para não ir muito longe na água e entrar só até o joelho. A praia é mais indicada para o surfe e pesca de anzol. Jacarecica é dividida em dois setores: uma parte mais urbana, que não conheci, e esta parte selvagem, a que tive acesso neste passeio. Na parte mais desabitada não há bares e restaurantes, então é bom abastecer a mochila com bastante água, barrinhas e frutas. Na volta do passeio, uma família nos esperava com água de coco, cocadas, etc. Quem quer, aproveita para dar um mergulho refrescante no rio.

COMO FAZER OS PASSEIOS

O passeio a Paripueira foi contratado por meio de um receptivo turístico, do jeito mais “classicão”. Tínhamos acabado de chegar, e ainda estávamos meio perdidonas, eu e minhas amigas. Mas a gente sempre gosta de ficar livre, por nossa conta. Eu tinha o contato de um taxista e o contratamos para três dias. Dividindo para três, ficou bastante em conta.  Tem gente que vai a Salinas do Maragogi, a 140 quilômetros de Maceió, e volta no mesmo dia. Nós escolhemos não fazer isso e Salinas ficou para uma próxima viagem. É muito batidão. Eu prefiro ir a Salinas e me hospedar por lá. Alugar um carro, já no aeroporto (também há locadoras no Centro) pode ser uma boa ideia porque o litoral de Alagoas não é muito grande, só 229 quilômetros. Da tardinha pra noite, no calçadão das praias urbanas, ficam os vendedores de passeios. Sempre acho difícil confiar. Prefiro ir a uma loja física ou perguntar no hotel onde estou hospedada por uma indicação. Acho mais seguro.

ONDE IR EM MACEIÓ – COMPRAS

Rede em forma de cadeira (Marlyana Tavares)

Pontal da Barra: Lagoa Mundaú, vista do fundo de uma loja na Rua das Rendeiras (Marlyana Tavares)

PONTAL DA BARRA

O melhor lugar para comprar renda é no Pontal da Barra, onde fica a Rua das Rendeiras ou Avenida Alípio de Barbosa da Silva, também conhecida como Rua Senador João de Melo. Uma rua com três nomes, portanto. As lojas funcionam todos os dias, das 8h às 18h30, mas tente ir de manhã cedo. Depois da praia é uma loucura: além do sol esquentando a moleira, o lugar fica muito cheio. Para chegar até lá, estando hospedado nas praias do Centro como Pajuçara, Jatiúca ou Ponta Verde, são oito quilômetros. O acesso à rua é depois do Corpo de Bombeiros, mas não se preocupe: há placas indicativas. São mais de 250 lojas e ateliês, que funcionam nas próprias casas dos moradores do Núcleo Artesanal. Mais de mil rendeiras de Maceió e redondezas tecem seus trabalhos à vista dos fregueses e, claro, vendem seus produtos. As rendeiras mostram vários tipos de bordados: o filé, o bordado rendedê, ponto cheio e crochê, para citar apenas alguns exemplos. Eu acabei comprando um agasalho de filé colorido e vários paninhos de prato, inclusive com o nome de minha mãe, que a artesã bordou de um dia para o outro.
Vários tipos de rendas e bordados

Rendas do Pontal da Barra: o trançado mais colorido é o filé, técnica bicentenária (Marlyana Tavares)

Rendeiras – O filé é bordado bem antigo, feito com linha, que imita a rede dos pescadores. Surgiu há 200 anos. É o mais fácil de identificar. São aquelas peças feitas com linhas coloridas, em cores bem vibrantes. O legal de ir lá é que você acaba conversando mais com as rendeiras, aprende sobre as diferenças dos bordados e percebe que a arte da renda é um ofício passado de mãe para filha, com muito orgulho, sim senhor! Você acha muita coisa: de paninhos bordados, descansos de panelas e cortinas finamente tecidas com o bordado renascença, o mais elaborado deles. Vestidos, blusas, batas, guardanapos, redes, toalhas, uma festa para os olhos.

MERCADO ARTESANAL DE PAJUÇARA

                                              
Moça e centenas de objetos de artesanato

Artesanato em Pajuçara: milhões de opções (Marlyana Tavares)

Aí tem de tudo. O movimento é maior de tardinha pra noite. Você encontra camisetas, vestidos com renda, chaveirinhos, lápis esculpidos em forma de santos, saídas de praia– são milhares de produtos em box apertadinhos. Fica no calçadão de Pajuçara (Av. Silvio Viana.1.447), onde se localizam vários hotéis e restaurantes. Sempre há um trio de forró e também vários artesãos e pintores vendendo nas calçadas. Lojas funcionam das 10h às 22h.

Pavilhão do artesanato

Fica na Rua Melo Morais (Centro) e funciona das 8h às 17h. Lá você acha as famosas sandálias de couro de Arapiraca, além de vasos, redes e artesanato de toda o Estado. São mais de 200 lojas.

Armazém do Sebrae

Também aí se encontram rendas, bordados, esculturas, tapetes e colchas. Fica na Avenida da Paz, 878, Jaraguá. Funciona de segunda a sexta, das 9h às 18h e sábado, das 9h às 14h.