Wellington/NZ: uma boa surpresa
Patricia Lamounier – Cidade de clima instável, Wellington, Nova Zelândia, ainda assim tem tudo para encantar o visitante. Afinal, é a capital cultural e gastronômica do país, com grande quantidade de museus, bares e restaurantes.
Depois de cinco dias andando pela Milford Track, a trilha mais famosa da Nova Zelândia (veja no post colocar um link), até pensar em subir escadas e rampas me cansava. Foi aí que saí de Queenstown para visitar um grande amiga de adolescência.
Mal sabia eu que a Wellington é cheia de morros e a casa dela repleta de escadas. Nada que boas conversas, bons vinhos e saudades não resolvessem. Sem falar do carro dela para visitar a cidade.
Como cheguei
Achei complicado comprar a passagem de avião do Brasil. Não queria pagar os encargos no cartão de crédito. Se eu comprasse por uma agência pagaria também a comissão e não poderia dividir o valor no cartão de crédito.
Restavam duas opções: comprar quando eu chegasse no aeroporto ou numa agência na Nova Zelândia, ou pedir minha amiga Alda Rezende para comprar.
Ela comprou no cartão dela e ainda conseguiu uma promoção. Sem estresse!
No aeroporto de Queenstown há poucos balcões de informação ou de companhias aéreas. Tudo é feito nos terminais de auto-atendimento.
Como era minha primeira vez, fiquei com medo de errar e cancelar alguma coisa. Pedi auxílio às senhoras do “Posso Ajudar?”.
A senhora que me atendeu foi gentil, falante e me mostrou todo o passo a passo.
Depois de fazer o check-in e despachar a própria mala fui para a sala de embarque.
Normalmente não acontecem atrasos nos voos! O meu foi curto, 45min, mas serviram café e cookie.
Senhor dos Anéis
Ao desembarcar no aeroporto de Wellington, a 20 minutos do Centro, vi que tudo ali remetia à trilogia “Senhor dos Anéis”.
As águias voando, presas por cabos na saída do desembarque, a estátua do mago, o dragão perto da área de embarque e o Smigle.
Aliás, não só no aeroporto. Quando fui tirar umas cópias na Biblioteca Pública, lá estava Arzog, um dos personagens. Claro que aproveitei para um clique.
Hospedagem
Fiquei hospedada na casa de minha amiga Alda. O bairro é um dos melhores de Wellington, mas é no morro. Descobri que quanto mais plana a casa e o terreno, mais cara ela é!
A casa da Alda parece uma pequena Milford – rampa e escada para todos os lados! Há poucas áreas retas, por isso a maioria da população vive nas colinas ao redor, em áreas de risco, devido às atividades sísmicas.
A casa é confortável e com vista para a baía com uma vaga de garagem! Dois quartos na parte de cima e dois na parte de baixo, que são alugados. Este tipo de prática (aluguel de quartos) é muito comum por lá.
Os melhores locais para se hospedar são no Centro da cidade e ao longo da Baía Lambton. Há várias opções de hospedagem por ali, desde hotéis cinco estrelas até hospedagem caseira, não raro com vista para a baía e o Museu Te Papa Tongarewa.
Clima e melhor época
Alda tem razão quando diz que o clima é horrível. Venta demais, chove demais e faz muito frio – às vezes tudo no mesmo dia! Todos os casacos que eu não usei na viagem eu tirei da mala.
Wellington é conhecida pelos neozelandeses como a “cidade ventosa” devido aos fortes ventos vindos do Estreito de Cook.
A melhor época do ano para visitá-la é entre novembro até meados de fevereiro.
No verão, o dia começa por volta dos 14 graus Celsius, e sobe até os 24 graus por volta das 14h. À tardinha, volta para os 14 graus. Se ventar e chover, mesmo que esteja a 14 graus a sensação é de 9 graus.
No inverno, a mínima encosta em zero graus e a máxima chega aos 12 graus. Nessa época faz frio pra nenhuma foca, baleia ou pinguim botar defeito!
A cidade é espalhada. O sistema de ônibus funciona, entretanto, além de ter de andar três quarteirões de onde estava, enquanto esperava o ônibus, peguei chuva de vento e frio em pleno verão.
Fiquei a pensar como seria o inverno por ali!
Aliás, por falar em transporte, carro é fundamental e é tudo na mão inglesa.
Museus
Dizem que Wellington é a menor e mais interessante capital do mundo. Está localizada ao Sul da Ilha do Norte, tem um porto natural, colinas extremamente perpendiculares além de ser uma região sujeita a terremotos.
O pequeno museu Weta Cave tem uma visita guiada de 45 minutos. O visitante revê algumas das cenas, imagens, vestuário e armaduras das trilogias de O Hobbit e Senhor dos Anéis e aprende alguns dos segredos sobre as grandes filmagens. O valor para adultos é NZ65.
Fui ao Te Papa Tongarewa, o mais famoso e visitado museu da Oceania. Ele fica localizado no lado direito da orla e perto da marina. Pode ser traduzido como “o lugar dos tesouros desta terra”. É também conhecido como “Te Papa” ou “Nosso Lugar”.
Aberto oficialmente em 1998, o Te Papa é um dos museus mais aconchegantes e interativos que já conheci. Os computadores dispostos perto das vitrines trazem todos os tipos de informações sobre o acervo.
O acervo e exposições contam os fatos históricos e a mostram a história natural da NZ nos seus mais variados aspectos: culturais, históricos e ecológicos.
Há uma extensa coleção relacionada a culturas pacíficas – maoris, aborígenes e polinésios. São objetos, instrumentos musicais, artefatos, jóias, réplicas de moradias, uma infinidade de coisas.
Aberto gratuitamente os 365 dias do ano, das 10hs às 18hs, o museu tem uma loja de suvenires. Aproveite para garimpar bijuterias maoris, lápis, óculos, cadernos, camisetas, e sacolas e termine a visita no delicioso café.
O Museu da Cidade e Mar, um pouco mais adiante na orla, é totalmente dedicado à história cultural de Wellington.
O Museu Pataka, 15 minutos ao norte do centro financeiro, conta a história transcultural da NZ, mostrando a cultura e a arte contemporâneas maori, do Pacífico, da Ásia e do resto do mundo.
Compras e restaurantes
O centro da cidade é pequeno. As lojas de roupas, sapatos e adornos são caras e não existe uma grande variedade ou opção. Já os diversos restaurantes, delicatessens e cafés encantam!
Tem para todos os gostos: indiano, tailandês, chinês, japonês, vietnamita, coreano e se obtém uma comida de qualidade e sabor por um preço módico! Por isso, Wellington é considerada a capital da gastronomia neozelandesa!
A Pizzaria Napoli por exemplo tem um risoto delicioso a NZ 25. Já no Instana Malaysian Restaurant come-se fartamente.
É interessante ter o endereço do local, pois os bares e restaurantes normalmente são escondidos ou você não consegue descobrir se passar desavisadamente na porta.
Busque informações com nativos e ao caminhar aproveite para olhar além das vitrines pois as placas nas portas são diminutas. Pergunte pelo prato do dia: são de boa qualidade e têm preços módicos.
Lazer cultural
Muitos eventos culturais acontecem na Courtnay Place ou na Cuba Street. No centro da cidade é possível encontrar vários tipos de serviços, inclusive massagem chinesa por 10 ou 15 minutos.
Um dos passeios que o pessoal adora fazer se o dia estiver lindo e sem muito vento é andar pela orla, na baía de Wellington. Muito gostoso!
Escolha um dos bares ou cafés e aproveite o fim da tarde degustando um vinho ou uma cerveja nacional!
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