Patricia Lamounier (texto & fotos) – Em San Pedro de Atacama, o que fazer não falta! Sabe aquela cidadezinha charmosa, aquele vilarejo de astral leve e em harmonia com a natureza? Dizem que ali está um dos centros magnéticos da terra. Talvez isto explique a atmosfera deste pedacinho tão encantador!

Com uma paisagem única, este vilarejo atrai um número expressivo de turistas do mundo inteiro, especialmente jovens! Não existe um período específico visitar San Pedro. É o ano inteiro e o fluxo de turistas não pára de crescer!

San Pedro é assim: ruazinhas estreitas e empoeiradas, que só passa um carro por vez! O chão é de terra batida, casas de um só andar e construções em adobe (adobe é uma técnica secular, um processo artesanal ou semi-industrial, usado na construção civil. Os tijolos são feitos de terra crua, palha e água e por vezes contêm fibras naturais misturada a massa do tijolo e moldados em forma).

Quase não chove por lá! Devido às cordilheiras, as nuvens não chegam à cidade ou ao deserto. Esse é um dos motivos das casas quadradas (forma popular de definir fachadas com linhas retas, sem telhado aparente) e das construções em adobe, por causa da durabilidade das construções).

Por outro lado, a região é cercada por lagos e lagoas e elas abastecem a cidade. Canais de irrigação distribuem água por todo o vilarejo. Por isso, San Pedro de Atacama é um oásis no deserto.

Atacama o que fazer 

Neste post, falo sobre o que fazer no perímetro urbano. Sim, tem muita coisa para conhecer dentro deste vilarejo. Se estiver com tempo, use o primeiro dia para se aclimatar na cidade e conhecê-la. Numa “pernada”, numa tarde é possível conhecer tudo!

As principais atrações turísticas estão fora da cidade. De San Pedro, saem diariamente, excursões lotadas de turistas para os seguintes passeios = Valle de La Luna, Lagunas Altiplânicas, Laguna Cejar, Gêiseres Del Tátio, Salar de Tara e para quem gosta de cavalos, Cavalgada. Detalharei cada um desses passeios em um post diferente.

Praça da Armas

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Praça das Armas, San Pedro de Atacama (Patricia Lamounier)

A praça, datada do final do século 13, é o burburinho e o must do vilarejo.  É ao redor dela onde tudo acontece – shows, feirinhas, mostras etc. Fica na esquina da Gustavo Le Paige com Toconao.  Nas cercanias está a entrada para o mercado de artesanato, para prefeitura, para o posto de polícia, para a igrejinha, para o posto de saúde e centro de informações turísticas.

As pessoas se aquietam ali, debaixo das árvores, numa mistura de preguiça e letargia, vendo o tempo passar e observando os turistas que vão e vem.

A criançada adora ficar correndo atrás dos pássaros ou das bolas. Até os cachorros (e olha que não são poucos, passam suas horas esparramados debaixo das árvores, só levantando quando tem a promessa de uma boa ‘palinha’ na comida alheia!

As varandas dos bares e restaurantes voltadas para a praça são disputadas pelos turistas, especialmente no final da tarde. Miki, minha companheira de viagem, e eu adorávamos nos sentar em um dos restaurantes para um jarra de vinho, uma salada ou uma sopa ao entardecer! A maior parte dos restaurantes e cafés na praça fecham por volta das 21h30, 22h.

 

Show na Praça das Armas, San Pedro de Atacama (Patricia Lamounier)

Show na Praça das Armas, San Pedro de Atacama (Patricia Lamounier)

Mercado de Artesanato

Miki Kuwano na feira de Artesanato em San Pedro (Patricia Lamounier)

Miki Kuwano no Mercado de Artesanato em San Pedro (Patricia Lamounier)

Bem em frente à Praça das Armas está a entrada deste mercado de artesanato. Um corredor, abarrotado de lojinhas com produtos dispostos. É perfeito para comprar pequenas lembranças de viagem como ímãs de geladeira, gorros, suéteres e bijuterias. Existem muitos produtos feitos de lã de alpaca ou lhama, pedra vulcânica, ou madeira de cactos.

 Igreja de San Pedro

Igrejinha de San Pedro de Atacama (Patricia Lamounier)

Igrejinha de San Pedro de Atacama (Patricia Lamounier)

Esta pequena igreja é o cartão postal da cidade. Uma hora está pintada de branquinho outra hora está bem terracota.

Pequena e charmosa, todos a conhecem como Igreja de San Pedro. Sua história e construção começa com os jesuítas espanhóis que colonizaram a região no século 17.

Seu teto é feito de madeira de cactos. Em vez de usarem pregos, largas tiras de couro amarram suas vigas, técnica característica dos povos andinos. Suas paredes foram construídas em 1745 e sua torre em 1890.

Em 1951, foi declarada patrimônio nacional. Em 2007 a igreja foi danificada por causa de um terremoto que abalou a cidade. As obras de restauração começaram em 2014.

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Interior da Igrejinha de San Pedro de Atacama (Patricia Lamounier)

Rua Caracoles

rua-caracoles San Pedro de Atacama (Patricia Lamounier)

Rua Caracoles, San Pedro de Atacama o que fazer não falta! (Patricia Lamounier)

O centro deste vilarejo é composto pelas ruas (calles) Licancabur onde possui os terminais rodoviários, pela rua Toconao, e pela Rua Caracoles. Esta rua de terra batida e de construções em adobe é repleta de bares, restaurantes, agências de turismo, lojinhas de artesanato e pequenos mercadinhos.

É rua referência em San Pedro. Tudo e todos passam por ali em algum momento.

O nome Caracoles foi dado pelos mineiros que deixaram de trabalhar na mina de prata caracoles, descoberta em 1870.

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Rua Caracoles, San Pedro de Atacama (Selfie Miki Kuwano e Patricia Lamounier)

Museu Arqueológico Gustavo Le Paige

O museu estava fechado quando tentamos visitar. Pena! Este museu leva o nome do padre e arqueólogo amador Gustavo Le Paige que chegou na cidade em 1955. Por mais de 35 anos colecionou artefatos antigos.

De acordo com informações, o museu possui uma vasta coleção de cerâmicas e utensílios encontrados na região há mais de 10 mil anos. Ali é possível aprender um pouco sobre a cultura atacamenha e os processos geológicos que originaram os salares. Em formato octogonal, está repleto de descobertas interessantes, incluindo múmias, tecidos e objetos religiosos.

Excursões guiadas em inglês e espanhol são realizadas a cada 1 h. Aberto das 9 h às 18 h, de terça a sexta. Aos sábados e domingos das 10h às 18 h. Fica próximo à Praça das Armas e do Centro de Informações, à Rua Gustavo Le Paige.

Não deixe de ler> San Pedro de Atacama. como ir e onde ficar hospedado e Deserto de Atacama. não foi minha primeira opção, mas foi uma boa surpresa!!!

Museu do Meteorito

Museu do Meteorito, San Pedro de Atacama (Arquivo Pessoal)

Museu do Meteorito, San Pedro de Atacama (Arquivo Pessoal)

O clima da região – em especial o deserto, sem nuvens e ventos constantes, é perfeito para observar as estrelas.

Esta estranha e rústica construção, aliás uma tenda com chão de terra, foi inaugurada em maio de 2008 pelos irmãos Martinez. Seu acervo tem mais de 3.200 peças.

O Museu do Meteorito tornou-se uma atração turística e cultural na cidade, além de um recurso cientifico imensurável, pois exibe a memória do sistema solar. Tem respaldo e apoio da NASA, da UCLA e da CEREGE. Em 2014 e 2015 ganhou o prêmio “Travellers Choice” por entrar na categoria dos 10 melhores museus do Chile, de acordo com o público votante.

Sua visita dura aproximadamente 45 minutos e é efetuada em 2 etapas.

A primeira é uma viagem pela memória do sistema solar contada através de áudio-guias disponibilizados em espanhol, inglês, português, francês e alemão.  É possível ver imagens nas telas dos televisores e aprender sobre o início do universo e do nosso planeta. Sempre que uma área ou vitrine for completada, você ouvirá uma mensagem dizendo que já é hora de ir para a próxima exposição.

A segunda etapa é uma visita sensorial. Podemos tocar nos meteoritos encontrados na região há mais de 4 milhões de anos e fazer experiência com ímãs para diferenciá-los das rochas normais. A visita é feita por monitores que falam inglês ou espanhol.

O museu fica na rua Tocopilla, 101, a três quarteirões da Praça das Armas. Aberto de terça a domingo das 10h às 13h e das 15h às 19h. Aceita cartão de crédito.

Franchuteria

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Balcão de vendas da Franchuteria, San Pedro de Atacama (Patricia Lamounier)

Na verdade, este espaço gastronômico deveria ser  mencionado na gastronomia! Amo café, amo croissant! Minha amiga Miki é como eu – morremos por um café bem servido! Então, a Franchuteria, na minha opinião é um lugar que deve ser visitado!

Ouvi falar deste local por minha amiga Tereza, que 1 ano antes de nós, visitou San Pedro. Ela não sabia o nome e por isto, ficamos como 2 patetas perguntando por croissants, até que uma alma inteligente e caridosa sacou que poderíamos estar nos referindo à Franchuteria!

“Vá para a rua Gustavo Le Paige. É a rua da Igreja. Ande na direção do vulcão Licancabur. Quando você encontrar muitas árvores, tipo um bosque, procure a entrada e siga adentro. Continue andando. É ali!” E a moça estava certíssima!

A Franchuteria é um lugar aconchegante, de múltiplos aromas, bem estilo francês, onde se pode comer deliciosos pães, brioches, baguetes e croissants maravilhosos – doces ou salgados! Tudo bem artesanal!

Sua história é insólita. Idealizada pelo jovem chef francês Artur Becker, foi, por quase 5 anos, apenas uma padaria. A fama de seus produtos foi se espalhando e o negócio crescendo. Recentemente, a Franchuteria transformou-se em um café de estilo.

Das 8h da manhã às 21h, o entrar e sair dos turistas é ininterrupto. Todos procurando por pães fresquinhos e uma boa conversa com os amigos!