Tereza Gontijo e seu marido Anderson Spada compartilham com os leitores do De Saias Pelo Mundo quais foram as 14 coisas de que mais gostaram em Buenos Aires. E, não necessariamente, foram pontos turísticos. Vocês verão que simples detalhes da cidade e o jeito de ser dos argentinos foi o que mais encantou o casal.   Eles não se programaram muito: deixaram para decidir o que fariam quando chegassem. Isto lhes reservou boas surpresas e aprendizados. Ficaram hospedados na casa de um grande amigo, o Rafael, no Bairro Saavedra, norte de Buenos Aires, fato que barateou a viagem e puderam ficar mais dias.

Buenas sorpresas en Buenos Aires

1 – Andar a pé pelo Centro

O primeiro dia foi para passear pelo Centro, Casa Rosada, Plaza de Mayo, terminando em Puerto Madero. Fizemos o roteiro a pé, valendo-se de um aplicativo, o “Como llegar” para saber como ir de um lugar a outro. Gostei muito da Avenida de Mayo (foto acima), lembra uma avenida de Paris.

2 – TOMAR SORVETE NA CREMOLATTI

Dá para ver a minha cara de felicidade e o meu apetite, né? Tem várias Cremolattis pela cidade (são 11). Esse eu tomei no bairro Saavedra. Você pode escolher até dois sabores. O meu foi de doce de leite, acho que é o mais famoso.

3 – OS CAFÉS

Era onde sempre entrávamos para descansar das longas caminhadas. Tomávamos um café ou chocolate quente com medialunas (espécie de croissants argentinos). Aliás, estes cafés são ótima opção para conseguir uma conexão de internet.

Fomos também ao Café Pettit Colón, no Centro, ao lado do Teatro Colón  Cerrito 628, e ao Café Tortoni. O café da manhã do menu no Tortoni custa 140 pesos o equivalente a R$ 35 reais, com café ou café com leite, suco de laranja, misto e torta doce.

Este é o Guido’s Bar, em frente ao Zoológico, no liiiindo bairro Palermo Soho. O proprietário foi super simpático conosco, pois não sabíamos onde estávamos e ele nos explicou tudo. Falou do Zoológico mas nos aconselhou a não entrar, pois seus joelhos estavam doendo e quando isso acontecia era sinal que ia chover! Seguimos seu conselho, mas não choveu (rs…).

4 – A ARQUITETURA

Você sempre encontra prédios, praças e monumentos lindos. Uma coisa que chamou atenção é que muitos monumentos urbanos foram presentes de outros países para a comunidade argentina. Por exemplo, o que fica na Recoleta, na Plaza Francia, foi um presente da França.

Dessa série, uma coisa muito legal são as estátuas que se encontram por toda a cidade. É claro que interagimos bastante com elas.

O Anderson deu gargalhadas com dois dos maiores humoristas argentinos, Olmedo e Portales e eu fiquei toda prosa ao lado da Mafalda, Susanita e Manolito.

5 – A SIMPATIA DOS HERMANOS

Os argentinos foram simpáticos e receptivos. Dão informações na rua e no ônibus numa boa.

Um dia, o motorista do ônibus não nos avisou qual era o ponto de descer e, quando descobrimos, estávamos num lugar longe de casa e meio esquisito.

Perguntei então para um homem que ali passava qual era o ônibus certo para voltar e apesar de não saber, ele teve o cuidado de falar que aquela era uma região perigosa. Sorte que o ônibus para voltar veio logo em seguida.

6 – A DECORAÇÃO DOS ÔNIBUS

Cada motorista decora seu próprio ônibus, “los colectivos”. Então, eles são bem variados e interessantes! Vimos esse escolar fofo, todo decorado com bichos de pelúcia, no bairro Palermo Viejo.

7 – ARTISTAS DE RUA

Outra coisa que nos chamou atenção é que é muito comum encontrar um artista trabalhando dentro dos vagões de metrô, durante a viagem. O artista pode pedir uma licença na prefeitura e trabalhar desta maneira. Eles carregam a estrutura necessária para se apresentar e depois passam o chapéu, ou a “la gorda”.

As pessoas prestam atenção e batem palma depois! Perto do Cemitério da Recoleta havia um ótimo quarteto de jazz que filmamos. Dá só uma olhada! E é claro que compramos o CD.

Vimos também um casal de bonequeiros que manipulava marionetes um saxofonista, um happper, um cantador de músicas típicas com seu violão, outro que cantava com violão e microfone num estilo mais pop, e cantores de música latina, com flauta e violão. O Rafa, o amigo que nos recebeu aqui, já viu um casal que se apresentava no trem: a menina sapateava e o homem tocava e cantava.

8 – O JARDIM JAPONÊS

Foi um dos passeios mais lindos que fizemos. Tem um astral delicioso! Fica em Palermo, perto do Planetário, Jardim Botânico, Rosedal e Zoológico, que não chegamos a conhecer.

9 – O MERCADO DE SAN TELMO

No domingo fomos à tradicional Feira de San Telmo, mas tivemos azar de pegar um chuva e, por isso, muitos expositores não foram. Nossa sorte foi ter entrado no Mercado de San Telmo, que fica na mesma rua da feira, a Calle Defenza.

Lá, compramos presentes e vimos essa linda loja de brinquedos antigos, Los Juguetes de Tati que vende esses palhacinhos fofos e curiosidades como, por exemplo, toda a família do Topo Gigio! Há antiguidades, chapéus, roupas, artigos de casa. Além de poder sentar, tomar uma cerveja  comer algo. Uma delícia!

10 – A LIVRARIA EL ATENEO

A Livraria El Ateneo, na Avenida Santa Fé é um prédio lindo. O que achamos mais legal  é que, como era um antigo teatro, o restaurante fica no palco. Então, você vê o maquinário da cortina, o teto do teatro e tudo mais. Um pianista começou a tocar, o que deixou tudo mais bonito e especial.

11 – O CEMITÉRIO RECOLETA

O Cemitério Recoleta, onde está enterrada Eva Perón e várias pessoas importantes é lindíssimo. Cheio de monumentos e túmulos decorados com muitas flores, é um museu a céu aberto. Vale o passeio.

12 – O MALBA

Ver o Abaporu, da pintora brasileira Tarsila do Amaral, e o retrato da Frida Khalo, que eu amo, no Malba (Museu de Arte Latino-Americana) foi demais!!!. Além destas há vários outros artistas renomados, como Diego Rivera, Di Cavalcanti, Portinari, Botero…

13 – PODER CHEGAR FÁCIL NOS LUGARES COM O APLICATIVO COMO LLEGAR

O aplicativo “Como Llegar” (foto ao lado) nos ajudou muito pois você coloca sua localização e aonde quer ir e ele mostra as opções de caminho.

Usamos muito ônibus e metrô. A dica é também comprar o cartão “Sube”, que pode ser usado no ônibus, metrô e trem. Vende em qualquer lotérica, você carrega uma quantia e vai usando como vale-transporte.

No ônibus não tem cobrador, você tem que falar para o motorista onde quer descer e ele estabelece o valor, de acordo com o trajeto. Pode variar entre 3 e 4,50 pesos. Por isso, o aplicativo ajudou, pois ele indica onde você deve “bajar” e você fala pro motorista.

Só dois motoristas foram impacientes conosco, mas o resto foi atencioso. A gente sempre pedia para eles avisarem nosso ponto de descida. Só não funcionou com um e a gente foi parar naquele lugar perigoso.

14 – A COMIDA (MAS NEM TANTO!)

Decidimos comer onde desse na telha e seguimos apenas uma indicação. Foi da amiga Maria, de Belo Horizonte, que morou em Buenos Aires: a pizza deliciosa na Pizzaria La Rey, na Avenida Corrientes com 9 de julho. Aprovado!

A comida, em geral, em Buenos Aires, não é espetacular. Normalmente, nos restaurantes tem a opção de carne, frango, peixe com batata frita, purê de batata ou salada. Daí tem alguma opção vegetariana, salada e massa. Mas os legumes se resumem a batata, abóbora, abobrinha, berinjela e pimentão.

Não existe self-service mas há opções de restaurantes em que você se serve e leva a comida para comer em outro lugar – parques, por exemplo.

A carne é muito macia, os bifes têm de três a quatro dedos de altura, é suculenta, mas em geral, era muito sem sal.

Em Puerto Madero, comemos duas empanadas e um litro da cerveja no quiosque da Quilmes, por R$ 7,08/pessoa. Mas, para jantar, achamos que ficaria caro.  No restaurante da foto não paramos para comer, mas a placa era piada pronta para nosotros, brasileños: Exquisiteces asadas. Exquesitece, em espanhol, quer dizer iguarias.

Tereza e Anderson

Mãe do Bento, a Tereza Gontijo encarna a palhaça Dra. Guadalupe no Doutores da Alegria e faz o solo Olga, a Pulga, dirigida pelo marido. O Anderson é o Dr. Dederson nos Doutores da Alegria e faz parte da Companhia Irmãos Atada, uma trupe muito engraçada de palhaços. Ambos integram também a Companhia Vagalum Tum Tum, que roda esse Brasil com peças de Shakespeare adaptadas para crianças.