Marlyana Tavares – Quase três meses depois do início da cobrança de bagagem pelas companhias aéreas e do fim da franquia para malas de 23kg, ainda há bastante confusão no balcão de embarque ou até mesmo na hora de comprar as passagens na internet.
Como resolver este problema e pagar a menor tarifa por mala despachada? Afinal, pode até parecer pouco para alguns uma taxa de R$ 30, R$ 40, R$ 50 a mais na passagem mas, para muitos passageiros, principalmente aqueles que viajam com famílias, a conta pesa bastante no bolso.
As companhias aéreas, claro, estão mais rígidas na pesagem e na medição das bagagens, nota a coordenadora do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Cláudia Almeida. E já houve até aumento de preço na franquia de bagagem. Foi o caso da Azul, que passou de R$ 30 e R$ 50 (internet e balcão) para R$ 40 e R$ 60.
A coordenadora do IDEC informou que essa cobrança de bagagem tem o preço liberado mas não deixa de ser um aumento injustificado. E o interessante é as empresas aéreas, por meio da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), divulgaram um balanço citando uma redução no preço das passagens aéreas da ordem de 7 a 30%, desde o início da cobrança de bagagem, o que teria permitido a prática de tarifas mais amigáveis.
A afirmação causou estranheza aos órgãos de defesa do consumidor, ressaltou Cláudia Almeida. Há em curso uma averiguação instaurada pelo Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, ligado à Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério de Justiça e Segurança Pública para averiguar os critérios usados pela Abear.
Se você quiser saber mais sobre cobrança de bagagem despachada acesse nosso post anterior. E também se quiser saber o que mudou a seu favor com a resolução da Anac baixe a cartilha Pagar pela Bagagem?
Leia abaixo como pagar a menor tarifa possível por mala despachada e não ser surpreendido no momento do embarque e as pegadinhas que têm deixado os passageiros de cabelos em pé e mãos no bolso.
De olho na cobrança de bagagem para evitar prejuízos
1 – Confira tudo, sempre!
Aqui vale um exemplo. A atriz Tereza Gontijo, nos enviou seu caso que, achamos, pode ser o de muita gente. Ela queria ir de São Paulo para Belo Horizonte e, ao realizar a compra de passagem pelo site de uma companhia aérea Azul apareceu na tela a opção de pagar a franquia de 23kg. Ela achou que tinha aceitado, mas acabou não conferindo o preço final. Concluiu a compra, achando que tinha pago pela bagagem.
Já no aeroporto, no balcão da companhia, foi surpreendida pela informação de que a franquia não tinha sido computada e que teria que pagar, claro, pela tarifa mais cara. Antes da voltar a São Paulo, em Belo Horizonte, tentou pagar a franquia pela internet no voo de volta e não conseguiu. Ligou para o call-center e foi informada de que a opção só estava disponível no momento da compra da passagem ida e volta.
Ou seja, se VOCÊ COMPRAR UMA PASSAGEM IDA E VOLTA, SÓ DÁ PARA PAGAR PELO DESPACHO DA MALA NO MOMENTO DA COMPRA. E o site da companhia informa que a qualquer momento se pode pagar a franquia, o que confunde o passageiro.
Por isso, é bom ler tudo com calma e, em caso de dúvida, ligue para o call center da companhia aérea. Não deixe nada para resolver no balcão, porque lá a franquia vai sair mais cara e aquela baita promoção que animou você a comprar aquela passagem terá seus efeitos anulados. Resultado? Frustração.
Por isso, vá imprimindo todos os passos da compra e colando no Word para ter seus comprovantes. Depois, confira tudo, passo a passo.
2 – Viajando em família ou grupos
Antes da resolução Anac entrar em vigor, era usual as companhias permitirem contabilizar o peso de um viajante no volume de outro integrante de um grupo. Agora, isso ficou mais rígido. Por exemplo, se eu vou viajar com uma amiga e tenho uma mala de 11kg e a ela uma de 12kg, cada uma vai pagar a sua franquia de 23kg. Nada de juntar bagagem e somar quilos.
3 – Mala e outros volumes
Se você está com mala e outros volumes, como por exemplo, instrumentos musicais: não importa se não é uma outra mala, cada unidade é considerada um volume. Se o instrumento ultrapassar 23kg, o portador pagará excesso de volume e, dependendo das dimensões, pagará por dois volumes. Isso é um dos casos que tem acontecido bastante, cita Cláudia Almeida. Já uma família que viaja com bebê tem direito a embarcar o carrinho ou bebê conforto.
4 – Programe o volume que vai levar e trazer na bagagem
E tenha em mente que, numa passagem ida e volta a franquia pode ser paga somente na compra pela internet. Se não pagou a ida pela internet, não dá para pagar a perna de volta, tudo só poderá ser pago no balcão, ou seja, mais caro. Não adianta viajar com uma mala de 10kg na ida se você pretende trazer coisas que vão somar mais do que este volume.
5 – Compre a passagem e a franquia com antecedência para pagar a menor franquia possível por mala
Se deixar para pagar a franquia depois de comprar a passagem, atente para o prazo máximo antes do voo que cada companhia permite isso.
6 – Pesquise sempre
Compare preços entre as companhias aéreas e veja o que mais se encaixa para suas necessidades. Talvez a economia de uma promoção não valha a pena dependendo do caso.
7 – Atente para, além do peso, as dimensões de malas
Vale tanto para malas de 10kg quanto de 23kg. Atenção, essas dimensões não são as mesmas para todas as empresas. Há leves diferenças, mas há.
*Foto da abertura: Deposit Photos
comentários