Patricia Lamounier – Para ir de Cusco a Puno, no Peru, existem diferentes maneiras. A mais comum é de ônibus: direto ou com paradas. Os ônibus para cidades conhecidas e importantes como Lima, Arequipa, Puno, Macchu Pichu, Ollantaytambo e Juliaca saem de um terminal comum (terminal Terrestre) em Cusco. Porém, para cidades menos conhecidas, eles têm saídas de diferentes locais. É bom checar esses locais de saída, pois costumam variar.

Outra opção é ir de avião. Saindo de Cusco para Juliaca, o voo tem duração de 45 minutos de Puno. De Juliaca, pegue um táxi ou ônibus.

É possível ir de trem. Cusco possui 2 estações ferroviárias: Huanchac, no final da Av. del Sol, e a Poroy, a leste da cidade. Huanchac tem trens para Puno, com parada em Juliaca. Já a Estação Poroy tem trens para Ollantaytambo e Machu Pichu.

Vi poucas pessoas alugando carros. O aluguel não é tão barato e, dadas as condições das estradas, é preferível alugar um táxi. Mas como uma boa viajante, acredito que tudo deva ser verificado.

Para os motociclistas (vi alguns pelas estradas), a locação de motos em Cusco pode ser feita em 2 locadoras perto da Praça das Armas.

Não peguei o ônibus direto, que normalmente sai de manhã de Cusco a Puno, ou aquele que viaja à noite, para economizar diária de hotel.

Surpresa! Quando comprei meu pacote de viagem para o Peru, vi que o traslado de Cusco a Puno seria em um ônibus de turismo vip. Não imaginei que a viagem teria paradas em lugares turísticos que eu amei conhecer!

Foi agradabilíssimo. Este trajeto com duração de 10 horas sai às 7 h da manhã e chega a Puno aproximadamente às 17 h. As paisagens são maravilhosas!

caminho de cusco a puno, peru, foto patricia lamounier

Caminho de Cusco a Puno, no Peru, (Patricia Lamounier)

Duas empresas de ônibus de turismo vip fazem este percurso: a Inka Express e a Turismo Mer. Os ônibus partem toda manhã, às 7h, do mesmo terminal. No valor da passagem está incluído guia turístico bilíngue, almoço e 4 paradas em lugares distintos a serem visitados: Andahuaylillas, Q’eswachaka, Raqchi, Abra la Raya e Pukara (as entradas estão incluídas). Os ônibus chegam a Puno por volta das 17h ou 18 h, no final da tarde!!!

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Chegada no final da tarde em Puno (Patricia Lamounier)

Leia mais sobre Puno: O que fazer e onde se hospedar em Puno

ANDAHUAYLILLAS

teto da fachada da Igreja de são pedro, Peru, foto patricia lamounier

Teto da fachada da Igreja de São Pedro (Patricia lamounier)

Aproximadamente às 8 h, o ônibus faz uma parada de 30 minutos em Andahuaylillas, a 45 km de Cusco. Esta cidadezinha pequenina, de clima quente, cercada de montanhas e perto do rio Vilcanota, tem como atração principal a Igreja de São Pedro.

Como qualquer construção jesuíta espanhola do século 16, a igreja foi construída em cima de uma huaca (lugar sagrado para os incas). As obras do templo começaram em 1570, mas a fachada só foi finalizada em 1606.

A construção desta igreja é simples e feita em adobe. Na praça estão dispostas 3 cruzes de pedra, representando a Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo).

A Igreja de São Pedro é considerada no Peru, a “Capela Sistina da América”.  Não sei se pode ser considerada assim … Mas ao adentrar em seu recinto, senti o fôlego suspenso ao observar os toques barrocos: prata, ouro e muitos quadros e esculturas ali estão. A tela da Imaculada Conceição é atribuída ao famoso pintor espanhol, Esteban Murillo.

O altar-mor, esculpido em madeira, é adornado com flocos de ouro. No centro está a efígie de Nossa Senhora do Rosário. A igreja tem uma belíssima coleção de pinturas da Escola Cusquenã, que representa a vida de São Pedro e um órgão com detalhes em prata, ainda em funcionamento.

Na sacristia é possível admirar as roupas dos padres bordadas com metais e pedras preciosas.

Ainda em Andahuaylillas está o Museu Ritos Andinos, com um acervo bem diversificado.

fachada da igreja de são pedro, peru,patricia lamounier

Fachada da Igreja de São Pedro (Patricia Lamounier)

PONTE SUSPENSA

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Ponte suspensa, na Rota da Cordilheira do Arco Íris (Patricia Lamounier)

No caminho, passamos pela ponte inca, imitando a Ponte Q’eswachaka, localizada no distrito de Quehue, província de Canas. Ela é uma das atrações da Rota da Cordilheira do Arco Íris que envolve as comunidades de San Pedro, Pomacanchi, Qollana Quehue, Chocayhua Palcoyo e Huinchiri.

Está sobre o rio Apurimac, a 3.700 m acima do nível do mar e é uma mostra da engenharia da época. Tem 29 metros de comprimento e 1,2 m de largura.

RAQCHI

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Templo Wiracocha, na vila de Raqhi (Patricia Lamounier)

Por volta das 10h da manhã, o ônibus faz uma parada de 45 minutos na pequena vila de Raqchi, a 125 km de Cusco, para visitar o complexo do “Templo de Wiracocha”, um dos mais sagrados santuários do Império Inca.

A mais importante construção (ruína) deste complexo é uma gigantesca estrutura retangular de 92 m x 25,5 m. Esta estrutura seria a do templo confeccionado em adobe. Tem 11 colunas de cada lado e a base foi feita por blocos de pedra que ajudavam a sustentar o maior teto e talvez o único deste tipo no Império Inca.

Na parte leste do templo estão os armazéns, construções redondas que foram usadas para guardar grãos. Estas estruturas são únicas também, pois no império inca os armazéns tinham a forma quadrada.

Existe um mini mercado na praça da igrej,a antes da entrada deste complexo inca. Os oleiros de Raqchi são famosos por suas cerâmicas, que podem ser encontradas nas feiras de Cusco, Pisac e Chinchero.

Para quem vai conhecer a região e deseja parar em Raqchi, é possível se hospedar nas casas das famílias locais.

PARADA PARA ALMOÇO

mesa do restaurante, peru, patricia lamouneir

Cores do Peru, mesa do restaurante em Sicuani (Patricia Lamouneir)

Por volta de 12h30, o ônibus faz uma parada em um dos restaurantes nos arredores de Sicuani, cidade de 12 mil habitantes. A comida é estilo buffet, composta de alimentos nacionais e regionais. Tudo muito caseiro e saboroso!

ABRA LA RAYA

Esta é uma breve parada, a quase 4.335 m de altitude, para fotografar a fronteira entre as cidades de Cusco e Puno. Nas montanhas desta paragem, nasce o famoso Chimboya, de onde nasce o Rio Amazonas. É possível ver os picos ainda com neve.

Infelizmente não fomos ou vimos as piscinas termais de Aguas Calientes de Marangani. As piscinas deste complexo são interligadas por pontes rústicas sobre rios em ebulição. 

PUKARA 

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Igreja de Pukara (depositphotos)

Esta pequena aldeia, a 107 km de Puno é famosa pela cerâmica cor de terra e pelos touros (toritos) de cerâmica que podem ser observados nos telhados das casas para trazer sorte e prosperidade à família.

A igreja (linda na sua rusticidade!) estava fechada. Gostaria de tê-la visitado. No dia 16 de julho tem a festa da Virgem do Carmo, padroeira da cidade.

No Museu Lítico de Pukara encontram-se cerâmicas e esculturas que representam figuras zoomórficas. Ali está a famosa escultura “Hatunñaqac” que, traduzido para o português, significa degolador supremo.

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