Patricia Lamounier (texto & fotos) – Todas as férias em que Miki, minha amiga japonesa e eu estamos juntas, além dos passeios e visitas tradicionais, sempre resolvemos fazer algo bem fora do comum. Afinal, vida é para ser vivida! Das loucuras que já fizemos, talvez as mais diferentes ou significativas foram: passear de caiaque pelo Aquidauana cheio de jacarés, saltar de parapente e fazer a famosa Milford Track na Nova Zelândia…
Desta vez, optamos por algo muito mais singelo! Um passeio a cavalo pelos vales do Atacama! Após termos visitado algumas empresas especializadas em San Pedro, escolhemos a empresa “La Herradura – Atacama Horse Adventure”, que fica na Tocopilha. Foi a que melhor nos atendeu, apesar do recepcionista ter inglês inexistente e não ser muito falante em sua língua nativa!
TIPOS DE PASSEIOS
Os passeios a cavalo podem durar 2 horas ou mais. Podem durar 5 ou 7 dias também. Mas uma coisa é certa: todas as pessoas – experientes ou não – podem usufruir desta atividade!
– Passeio de 2 horas com 2 opções: seguir até Pukara de Quitor para conhecer as ruínas do século 18 ou ir em direção ao Oásis de Sequitor (área agrícola de San Pedro);
– Passeio de 3 horas: conhecer o Vale da Morte com suas dunas enormes e labirintos naturais;
– Passeio de 4 horas com 2 opções (sandbording como opcional): seguir o rio de San Pedro até o Catarpe Vale ou conhecer as ruínas de Tulor;
– Passeio de 5 horas com 2 opções: seguir até o Vale da Lua para conhecer a montanha de sal ou ir para o Catarpe Vale e Vale da Morte.
* Os passeios ou viagens de mais dias devem ser programadas e agendadas com antecedência! Contato: info@atacamahorseadventure.com
COMO ESCOLHER O PASSEIO
À primeira vista, montar um cavalo pode parecer fácil, mas não é! Mesmo com condicionamento físico e algum conhecimento básico de montaria, Miki e eu optamos por uma trilha de 2 horas. Miki não é familiarizada com cavalos. Teve somente 2 experiências deste tipo na vida e, por incrível que pareça, as 2 foram comigo!
Sabíamos que não iríamos galopar, mas 2, 3 ou 5 horas na marcha ou no trote, debaixo de sol quente, areia e vento, e dependendo do cavalo, pode fazer com que um simples turista fique prostrado em seu quarto o dia todo! Quiçá à noite também!
Não é isso que uma pessoa deseja ao escolher uma atividade deste gênero! Ela quer endorfina, quer prazer, quer aventura e principalmente, quer se divertir! Ela não quer ter as costas doendo, a bunda esfolada, os braços pesados e a nuca e braços em fogo!
Quem decide por um passeio assim espera desfrutar da infinita beleza da paisagem mais árida do mundo. Ela quer ser inserida no deserto e (por que não?), nos mistérios deste deserto!
Ela espera, lá no íntimo, que o caminho passe por trilhas, rios, mirantes e dunas… Quer se sentir meio “cowboy” no oeste de algum lugar! No nosso caso, este oeste foi o Atacama!
O QUE SABER
Ao nos inscrevermos para o passeio, tivemos que preencher uma longa ficha sobre nossas doenças e problemas de saúde. Escrever nome, endereço, telefone e e-mail de 2 contatos em caso de acidente e garantir que seguiríamos à risca as instruções.
Traduzindo como instruções: local e horário de encontro, roupas adequadas, protetor solar, óculos e blusas ou casacos de manga comprida e, no dia, as orientações do nosso guia!
O uso dos equipamentos de segurança é fundamental – capacete confortável e ajustável e calçado adequado (de preferência botas) para que os pés não entrem ou escorreguem pelo estribo.
Pode acontecer de o cavaleiro prender o pé no estribo, perder o controle ou firmeza e sofrer um acidente. Cuidados são importantíssimos!
O uso das perneiras se faz necessário. No rancho, elas estão disponíveis, em vários tamanhos.
Ao passar as orientações para os “cavaleiros”, o instrutor deve estar calmo, mostrar experiência e disponibilidade.
Deve ensinar como montar, como sentar na sela, como funciona a dinâmica das pernas e do joelho, como segurar as rédeas e, principalmente, explicar que jamais devemos fazer movimentos bruscos perto ou em cima do animal.
O equilíbrio e a concentração são muito importantes. Usa-se o corpo para comandar o cavalo. Não se pode ser rígido, inseguro, ríspido ou tenso… o cavalo sabe!
Não olhe para o cavalo, não fique olhando para as rédeas, chão, sela etc. Mire para frente. E se acontecer de o cavalo tropeçar, tenha segurança suficiente para puxar as rédeas para cima. O cavalo entenderá o comando.
Sobre o Deserto do Atacama, leia também:
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San Pedro de Atacama: como ir e onde ficar
FINALMENTE, HORA DO PASSEIO!
Uma caminhonete buscou-nos no lugar e horário combinado. Descobrimos que um casal de holandeses também iria conosco. O carro seguiu para um rancho na periferia de San Pedro. Lá começamos a nos organizar para o passeio a cavalo. Capacete, perneira, escolha dos cavalos pelo guia, mochilas, “sermão”…
O guia, que era atacamenho e muito bravo, liderou a fila. Saímos do rancho em direção ao vale.
Em fila indiana, seguimos por pequenas trilhas até alcançarmos a grande duna. Tínhamos o Vale da Morte nas “nossas costas” e o Vale da Lua à nossa frente. O visual… nem se fala!!!
Passeio redondinho: sol a pino, pouco vento, cachorros nos acompanhando e visual fantástico. Os cavalos se comportaram bem e ninguém teve problema!
Não houve muita oportunidade de conversar com o guia. Ele não falava inglês e eu só “sacava um portunhol”, pois de português não entendia nada!
Lamentei muito meu espanhol ser sofrível. Por pouco não pedi um emprego naquele rancho. Estava disposta a fazer qualquer coisa para ter a oportunidade de montar todos os dias.
O passeio me emocionou muito. Além de uma paz infinita, me fez sentir como um grão de areia na imensidão de um deserto!
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Breve explicação
*Todos os custos desta viagem como hospedagem, passeios, e traslados para produção da matéria ” Passeio a cavalo pelos vales do Atacama” – foram bancados por mim. Esta é a política do blog, de total transparência.
*Caso venhamos a viajar com algum apoio, isso estará explicitamente citado no post.
Até que fim achei a informação correta já tinha passado em
dois sites antes e achei estranho o que estava escrito.
Infelizmente na internet o povo escreve de tudo e de
qualquer forma. Vou compartilhar o seu artigo no meu
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