Valéria Küng Bittencourt Alves – Moro na Suíça há 30 anos, na pequena cidade de Hünenberg. A convite do De Saias pelo Mundo, resolvi dar minhas dicas sobre o que fazer em Lucerna, cidade turística onde costumo fazer longos e frequentes passeios com meu marido Urs e meu cachorro Pipo. É lá também que levo os amigos brasileiros que sempre nos visitam.

O que a gente mais gosta de fazer é caminhar pela cidade, entrar e sair de ruas e ruelas, sentar à beira do rio, observar a paisagem e os montes sempre nevados. Agora é primavera, quando a cidade fica linda e toda florida, o lago bastante movimentado. Logo chega o verão, trazendo várias atrações culturais, com muita música, teatro e dança, muita coisa ao ar livre.

A cidade conta com três teatros, 13 salas de cinema e um grande local para eventos, principalmente para música clássica, orquestras e conferências, denominado KKL, Kultur und Kongresszentrum Luzern (Centro de Cultura e Congressos de Lucerna).

O significado do nome Lucerna é controverso: uma das versões é de que o nome deriva do latim “lucerna” que significa lanterna, dando origem a Leuchtenstadt Luzern, Lucerna, cidade das lanternas.

Quando o império romano caiu, a partir do século 7, os germânicos começaram a conquistar cada vez mais e mais territórios na região e a língua alemã substituiu o latim. Supõe-se que a fundação de Lucerna tenha sido entre 1180 e 1200. Em 1250, a cidade já tinha praticamente o mesmo tamanho que manteve até o século 19.

A formação do cantão (estado) homônimo se deu a partir da segunda metade do século 14. No século 20 as cidades vizinhas a Lucerna cresceram muito, enquanto na capital a população aumentava vagarosamente. Em 1798, quando se começou oficialmente a se fazer o censo, a população da cidade era de 4.314 habitantes. No censo de 2016 tinha cerca de 81.500.

Devido aos altos preços de aluguel e seguro de saúde, hoje se pode observar que a classe populacional menos favorecida vem saindo da cidade, que se tornou grande. Enquanto isso, aumenta o número de jovens, de casais e de famílias, pela facilidade proporcionada pelo desenvolvimento educacional, transporte público, creches, vida noturna, etc.

Lucerna é cortada pelo Rio Reuss que a divide em cidade velha e nova. Por isto há muitas pontes: uma em particular, a Kappelbrücke, Ponte da Capela, é conhecida mundialmente.

Bom, dito isto, aí vão minhas 18 dicas do que fazer em Lucerna. Espero que gostem e se inspirem para visitar a cidade!

O que fazer em Lucerna

1- Visite o KKL

Endereço: Bahnhofplatz 1
Telefone: 041/226 7437

 

Foto mostra o KKL,, prédio com fachada de vidro, teto de aço, espelho de água na frente com fonte, bancos, e pessoas: o que fazer em Lucerna

KKL, maior centro de cultura de Lucerna, tem uma das melhores salas de concertos da Europa

Saindo da Estação Ferroviária (Bahnhof) pela porta principal, o KKL – Kultur und Kongresszentrum Luzern (Centro de Cultura e Congressos de Lucerna) fica à direita, andando 1 minuto a pé. Do lado de fora, sempre há informações sobre o que está sendo apresentado, mas você também pode conferir com antecedência pelo site, onde é possível comprar ingressos com antecedência.

O local é usado para concertos clássicos e modernos, congressos, banquetes e coquetéis. A sala de concertos é considerada, por sua acústica, como uma das melhores da Europa. Há restaurantes, cafés e bares. Construído em 1998, o KKL  abriga também o Museu de Artes de Lucerna.

No fim do verão, durante semanas há uma programação com as melhores orquestras sinfônicas do mundo, assim como coros de música gospel e blues. A arquitetura é incrível, com o design inovador do francês Jean Nouvel. O KKL foi um presente para a cidade.

Os moradores desfrutam não só do interior, onde ocorrem as apresentações, mas do espaço de fora, marcado pelo espelho d’água e a fonte, que formando um conjunto harmonioso com o telhado de aço projetado à frente. À noite, com a iluminação, tudo fica ainda mais lindo.

2 – Viaje no tempo no (Vehrkehrshaus (Museu do Transporte)

Foto mostra veícuos, ônibus e placas de todo o mundo

Museu do Transporte: veículos, ônibus e painel com placas(Foto: Turismo de Lucerna)

Endereço: Lidostrasse 5/ Telefone: 041/370 4444

www.verkehrshaus.ch

Na minha lista de o que fazer em Lucerna o Museu do Transporte não pode faltar. Ele abrange desde a descoberta da roda, passando pela chegada do homem à Lua, até os dias de hoje. A gente não sente o tempo passar. Já fui várias vezes levando meus convidados e recomendo.

O museu é subdividido em 4 partes, com preços diferentes de acesso:

Museu e Média World: CHF 32,00 (32 francos)

Filmtheater: CHF 16,00 durante o dia e CHF 19,00 à noite, sendo que a apresentação de 19h é em 2D e a de 22h em 3D.

Planetarium: CHF 16,00 (na bilheteria do museu. Informe-se sobre os horários de apresentação). A abóboda do Planetário tem 18 metros e a tela de 500 metros quadrados é a maior da Suíça.

Chocolate Adventure: CHF 16,00 (na bilheteria do museu. Informe-se sobre os horários de apresentação).

Portadores do Swiss Travel Pass têm descontos no bilhete de entrada.

Leia também: Como é o transporte na Suíça

 

Roupa de astronauta (Foto: Museu dos Transportes)

Roupa de astronauta (Foto: Museu dos Transportes)

Em frente à Estação Ferroviária, pode-se pegar o ônibus número 6, 8 ou 24 e descer na parada denominada Lido (aqui todos os pontos de ônibus têm nome para que se saiba o percurso/preço, o que facilita muito). O percurso é feito em 10 min. O bilhete para o ônibus pode ser comprado na máquina elétrica fora da Estação. Se tiver dificuldade com o manuseio da máquina, compre o bilhete direto com o motorista (eles não vêem com bons olhos) dizendo que quer ir até o ponto Lido.

Acho mais agradável caminhar. Da Estação Ferroviária até o Museu do Transporte de Lucerna, a caminhada é de cerca de 35 minutos, praticamente na sombra (sem contar as paradas para tirar fotos), apreciando a linda paisagem com lago, parte dos Alpes e a montanha de Lucerna, Pilatus.

Da frente da Estação se vê uma ponte grande. Atravesse-a e vá seguindo o caminho à beira do lago. À sua esquerda neste calçadão, estão os hotéis luxuosos da cidade que durante a primavera, verão e parte do outono, também tem serviço de restaurante do lado de fora. Os preços é que vão fundo no bolso.

Continuando o caminho se passa por uma barraquinha que vende o melhor sorvete da Suíça, o Möwenpick. Vale a pena experimentar.

Parque Lido – Seguindo o trajeto, e se quiser conhecer o que aqui se chama de “praia” (Strandbad),  procure um portão alto de ferro que dá acesso ao Parque Lido. Seria para nós como os Clubes, só que aqui é público e a entrada no verão é paga, cerca de CHF 6,00. Tem piscina, campo de vôlei, parquinho para crianças, barraquinha que serve comida e bebida, salva-vidas (dá para nadar no lago), vestiários, etc. Ótima infra-estrutura.. (Se esse portão estiver fechado, dirija-se então à entrada principal para pagar a entrada).

Se quiser deixar o Parque Lido para outro dia e ir direto ao Museu dos Transportes, em vez de atravessar o portão, continue o trajeto da calçada, que a partir daqui sairá da orla, indo para seu lado esquerdo. Logo à sua frente está a rua principal e ao fundo, do outro lado dela, está o museu.

3 – Percorra a Kapellbrücke (Ponte da Capela)

Ponte sobre lago e torre em Lucerna, na Suíça

Ponte Kapellbrücke: é preciso atravessá-la sem pressa, admirando as pinturas e a paisagem

A Kapellbrücke é o cartão postal de Lucerna e  sua maior atração turística. É também a mais antiga ponte de madeira coberta da Europa,  medindo 204,70 metros. E, supostamente junto com a  ponte Golden Gate em São Francisco (USA), é a mais conhecida do mundo.

Saindo da porta principal da Estação Ferroviária, atravesse a ponte de concreto à sua frente, pelo seu lado esquerdo. Ao término da travessia, dobre à esquerda.  Alguns metros depois, começa a Kapellbrücke.

Construída em 1365 sobre o Rio Reuss, une a cidade velha à nova. Em 1599 decidiu-se enfeitar a ponte e na parte interior de seu telhado foram penduradas 111 pinturas em formato triangular, mostrando  os mais importantes acontecimentos da história suíça, até então.

Em agosto de 1993, eu, Urs e sua família estávamos em Leopoldina para nosso casamento. Dois dias antes, soubemos que havia ocorrido um incêndio na ponte: um barco pegando fogo havia atingido a construção, incendiando-a. Causa provável: um cigarro atirado a esmo.

A comoção foi total…  O coração suíço foi ferido… Dos 111 quadros 78 foram atingidos, e somente uma parte pode ser restaurada. Mas, em apenas menos de um ano, abril de 1994, os estragos foram reparados e a ponte reinaugurada.

4 – Observe a Wasserturm (Torre da Água)

Em abril, andorinhas reais vindas da África Equatorial  fazem ninhos no alto da Wasserturm – Torre da Água. De formato octogonal, com 35 metros de altura e 38 de diâmetro, ela foi construída em 1300, ao lado da Kapellbrücke. Ao longo dos tempos, foi usada como torre de observação e defesa, arquivo do estado, câmera do tesouro, prisão e câmera de tortura – há um calabouço no andar inferior. O local abriga também a  Associação de Artilharia de Lucerna.

5 – Entre na Jesuitenkirch (Igreja dos Jesuítas)

Foto mostra lago, igreja jesuíta e torre ao fundo

Igreja Jesuíta e Torre da Água ao fundo (Foto: Gabriel Ammon/Turismo de Lucerna)

 Endereço: Bahnhofstrasse 11a.

Depois de atravessar a Kappelbrücke (Ponte da Capela) mantenha-se à direita. Daí já se vê a primeira igreja barroca da Suíça.  Ela foi construída entre 1666 e 1667. As duas torres foram acrescentadas à construção original em 1893. A pintura do altar principal foi feita pelo pintor Domenico Torriani de Mendrísio e as das paredes pelos irmãos Giuseppe Antonio e Giovanni Antonio Torricelli de Lugano.

6 – Ande pela Spreuerbrücke (Ponte do Joio)

Da Igreja dos Jesuítas, continue o caminho à beira do lago até a próxima ponte de madeira,  que é a Spreuerbrücke. Esta é outra das 3 pontes de madeira cobertas (a terceira foi demolida) de Lucerna construída no século 13. Na Idade Média só desta ponte se permitia jogar o joio retirado do moinho ali perto, no rio Reuss. Daí o nome.

De seu teto estão ainda pendurados 45 dos 67 quadros de madeira em formato triangular, pintados por Kasper Meglingerem em 1637,  retratando a “Dança da Morte”. As pinturas e textos dos quadros são para lembrar que “não há em nenhum lugar da cidade, do país e do mar onde a morte não esteja presente”. A pequena capela é chamada de “Maria sobre o Rio Reuss”.

7 – Desvende a Stadtbefestigung von Luzern (Muralha de Lucerna)

Vista da cidade de Lucerna, com destaque para casas à beira do rio e a muralha da cidade antiga

Muralha de Lucerna tem nove torres muito bem preservadas, quase todas abertas a visitantes (Foto: DP)

Da Spreuerbrücke continue seguindo o caminho à beira do rio (tendo-o do seu lado direito), e vá caminhando até chegar à Torre Nölliturm. A muralha foi construída  antes do século 14, com torres de observação e defesa da cidade.

De lá se podia ver a cidade e as adjacências de Lucerna. Hoje são preservadas nove torres diferentes, algumas abertas à visitação. A iluminação noturna dá um toque especial ao conjunto arquitetônico antigo:

1 – Nölliturm: Torre redonda de 28m de altura, à beira do rio Reuss, construída em 1513.

2 – Männliturm: torre do homenzinho de ferro que se vê já de longe. Tem 33m de altura e é aberta ao público.

3 – Luegisland: no telhado há uma flecha apontando a direção do vento. Foi construída por volta de 1367 e é a mais alta das nove torres, com 52,6m de altura.

4 – Heuturm / Wachturm: na Idade Média era nela que se guardava o feno (daí o nome Heuturm: torre do feno) e também a pólvora. Em 1701, um relâmpago atingiu-a causando uma explosão. Foi reconstruída e tem 44m de altura.

Torre de pedra com um relógio

Torre do Relógio (Foto: DP)

5 – Zytturm: Tem um relógio muito grande em sua parte externa, o que deu origem ao nome Zytturm – Torre do tempo.  No seu interior há uma exposição de torres históricas com relógios. Mede 31m.

6 – Schirmerturm: tem 27,5m de altura e também é aberta ao público.

7 – Pulverturm: Aqui era armazenada parte da pólvora da cidade. Tem 27,5m de altura e é aberta ao público.

8- Allenwindenturm

9 – Dächliturm: é a menor de todas. Tem um telhado marcante em forma piramidal.

*Daqui você pode decidir se segue colina acima para visitar as torres  ou segue até a passarela para visitar o Château Gütsch.

 

8 – Viva conto de fadas no Palace Hotel Château Gütsch

Castelo em Lucerna, na Suíça, com torres altas em meio a extensa vegetação, com um monte alto ao fundo

Château Gütsch, no alto de uma colina, construído no século 18, passou por vários donos e reabriu em 2014  (Foto: Turismo de Lucerna)

Endereço: Kanonestrasse (Rua Kanone)

www.chateau-guetsch.ch

Como chegar

A pé, fica a cerca de 1,5 km da Estação Ferroviária. Da Nölliturm, continue caminhando à beira do lago até encontrar uma passarela; atravesse-a e entre na rua Kanonestrasse e logo verá a entrada de onde sai o bondinho.

De ônibus, número 12 ou 18, a partir da Estação Ferroviária, até a parada Gütsch.

O castelo foi construído no alto de uma colina, no século 19, a partir de um modelo do Schloss Neuschwanstein (Castelo Neuschwanstein), no Sul da Alemanha. De lá se tem uma vista esplendorosa da cidade e parte dos Alpes. Um teleférico, que funcionou até 2008, o ligava à cidade.

A partir de 2007 o hotel de luxo foi vendido algumas vezes e só em 2014 reabriu novamente como um dos cartões postais de Lucerna. Desde 2015 é um bondinho que faz a conexão entre a cidade e o hotel, saindo da Kanonestrasse (Rua Kanone).

9- Stifftung (Fundação) Rosengarten e Picasso

www.rosengart.ch

Da  porta principal da Estação Ferroviária(Bahnhof)  tome a sua esquerda e dobre de novo à esquerda, entrando na Pilatusstrasse (Rua Pilatus). A Fundação Rosengarten  fica no número 10, cinco minutos a pé da estação. Lá você verá quadros de Pablo Picasso, Paul Klee e mais 23 pintores do impressionismo até o modernismo clássico.

Entrada : CHF 18,00 ( 18 francos). Horário para visitação: abril a outubro: de 10 às 18h; novembro a março: de 11 às 17h.

10 – Respire história no BourbakiMuseu e Centro Cultural

Pessoas vendo pintura de guerra em tamanho natural em Fundação Bourbaki na cidade de Lucerna na Suíça

Bourbaki Panorama: visitantes “entram”nas cenas de guerra retratadas em tamanho natural (Foto: Fundação Bourbaki)

 Da Estação Ferroviária tome o ônibus número 1, 19, 22 ou 23 até a parada Löwenplatz.

A pé: da Estação Ferroviária, atravesse a ponte de concreto e no primeiro sinal atravesse as quatro pistas, siga a rua principal à sua direita e logo verá o Hotel Schweizerhof (o “Copacabana Palace” de Lucerna);  depois dele, dobre a primeira rua à esquerda, a Zürichstrasse. Caminhe até chegar a uma espécie de praça onde sempre estão estacionados ônibus de turismo.  O Bourbaki está atrás do estacionamento dos ônibus.

A maior atração é a “Bourbaki Panorama”, gigantesca pintura arredondada do século 19, com 112 metros de largura e 10 de altura. É uma das poucas com essas características ainda encontradas no mundo. Ela fica na parte superior do prédio e as pessoas se posicionam no interior, em volta, observando as várias cenas desenhadas pelo autor, Edouard Castres.

O quadro retrata a entrada do exército francês na Suíça sob o comando do general Bourbaki, após a guerra entre França e Alemanha, entre 1870 e 1871: na fronteira os soldados são desarmados e recebem os cuidados da Cruz Vermelha. A pintura é testemunho de uma das primeiras atividades humanitárias da organização e uma crítica da guerra. Até hoje o conceito “Bourbaki” é usado na linguagem militar suíça como sinônimo de desordem.

A Fundação Bourbaki abriga também a Biblioteca Municipal, Biblioteca Ambiental, cinco salas de cinema, restaurante, bar e algumas lojas.

Eu gosto de combinar essa visita com a ida ao Löwendenkmal (Monumento do Leão) e Gletschergarten (Jardim Glacial) estão apenas a 1 minuto a pé  do Bourbaki.

11- Conheça o Löwendenkmal (Monumento do Leão)

Pedra com escultura de um leão na cidade de Lucerna na Suíça

Monumento ao Leão: escultura lavrada na pedra é mais uma homenagem aos soldados suíços (Foto: Valéria Küng)

 Do Bourbaki entre na ruela  Denkmalstrasse (onde está o Restaurante/Pizzaria Caravelle) e em 1 minuto estará no monumento. (Da Estação Ferroviária, pegando os ônibus número 1, 19, 22, ou 23, são 8 minutos até a parada Löwenplatz).

O Monumento ao Leão, escultura lavrada por Lukas Ahorn em 1820 numa pedreira de arenito, homenageia os soldados suíços que trabalharam com a guarda francesa e foram massacrados em 1792 durante a Revolução Francesa, quando revolucionários invadiram o Palácio das Tulherias, em Paris.

A inscrição “ Helvetiorum Fidei ac Virtuti” (À Lealdade e Bravura dos Suíços) está lavrada na pedra acima do leão. O monumento é um dos mais conhecidos da Suíça. O escritor norte-americano Mark Twain elogiou a escultura do leão com uma lança partida espetada no ombro e a pata sobre o escudo com a flor-de-lis da monarquia francesa, como “ a mais lúgubre e tocante peça de pedra no mundo.”

A pose do leão foi copiada em 1894 por Thomas Brady para o seu “ Leão de Atlanta”, que homenageia os soldados desconhecidos, sepultados no cemitério de Oakland, em Atlanta, na Geórgia.

 

12 – Volte à era do gelo no Gletschergarten (Jardim Glacial)

Plataforma com várias rochas

Rochas encontradas ao longo das eras glaciais (Foto: Turismo de Lucerna)

Fica ao lado do Löwendenkmal (Monumento ao Leão).

Tel: 041/ 227 1717

Entrada: CHF15,00 (15 francos) Se você tiver o Swiss travel Pass recebe 1 desconto.

Horário: 01 de abril a 31 de outubro: das 9 às 18h; 01 de novembro a 31 de março; 10 às 17h

www.gletschergarten.ch

 Em 1872, durante as escavações para a construção de uma adega  Josef W. Amrein deparou-se com diversos tipos de formações rochosas, que foram comprovadas como sendo da era glacial, há 20 mil anos atrás; daí se origina o atual Gletschergarten.

Diversos tipos de caramujos, conchas e folhas de palmeira petrificados comprovam que, num dos ciclos da Terra, esta região teve clima subtropical e o mar cobria o que é hoje a cidade de Lucerna. Em 1980, o Monumento Natural foi coberto para a proteção contra possíveis danos provocados por tempestades e pela poluição ambiental.

No museu há fotos e filmes que explicam em alemão, inglês e francês a formação e o derretimento dos glaciais.

Vocês precisam ver que encanto é a réplica da casa da família Amrein, construída em 1874. Além da mobília, há  maquetes sobre a topografia da Suíça Central e da montanha Gotthard (que separa a Suíça alemã da italiana) com seu túnel de 14 quilômetros para carros e de 57 quilômetros para trem (o maior túnel do mundo!).

A exposição de diferentes pedras encontradas onde havia glaciais é impressionante.

No caminho até o mirante (uma torre de madeira), estão colocadas 24 pedras encontradas  em diversas partes da Suíça que remontam à era do carbono, há 300 milhões de anos, e diversas plantas rasteiras de origem alpina.

Moça em foto com efeito em espelho

Efeito distorcido torna imagem hilariante (Foto: Arquivo Pessoal)

Efeitos cômicos – Em frente ao quiosque há um espelho grande e quando a gente se posiciona na área delimitada em sua lateral são produzidos efeitos muito interessantes (côncavo/convexo), sempre motivo de risos para quem está vendo. Não à toa, o lugar sempre dá fila.

Antes da saída ainda passamos por um labirinto oriental com 90 espelhos. Cheguei a ver gente batendo a cabeça em espelho por não tê-lo visto! Rimos muito! Euzinha, sempre muito medrosa, fiz o percurso de mãos dadas com meu esposo e ainda mantinha a outra mão esticada na frente. Em alguns espelhos, se você vai devagar, consegue ver manchas de dedos, mas na maioria confunde muito; e os portais árabes ajudam ainda a se confundir mais.

13 – Altstadt – Cidade Velha

Rio, barco, restaurantes e casario antigo em Lucerna, na Suíça

Cidade antiga, com restaurantes e casario (Foto: Marlyana Tavares)

De qualquer lugar que se atravessar o Rio Reuss, a partir da Estação Ferroviária (Bahnhof), por exemplo, já se está na cidade velha que é linda. Tem uma rua principal, Hertensteinstrasse,  onde o comércio está concentrado: dela saem becos e ruelas.  Não deixem de observar os prédios antigos, que têm, na parte alta de sua fachada, pinturas ainda da época da construção.

A escadaria ao lado do Mercado dos Peixes (Fischmarket) , na altura da primeira ponte depois da Kappelbrücke, durante o carnaval, dá lugar a diversas bandas que aí se posicionam enquanto o povo aglomerado antes da escada e ao longo da ponte, pula e dança.

Na primavera e verão esta ruela ao longo do Rio Reuss com seus inúmeros restaurantes, bares e hotéis fica lotada. Dos dois lados há mesas com sombrinhas e achar um lugar vago costuma ser difícil.

Tome tempo para curtir a cidade antiga porque vale a pena! Entre o que fazer em Lucerna, passear na cidade antiga é um programa que custa muito pouco ou nada.

14- Restaurant  Walliser Kanne

Endereço: Obergrundstrasse, 19

Telefone: 041/210 2010

Passar pela Suíça e não comer uma fondue é como ir a Roma e não ver o Papa.  Este é um restaurante onde se pode comer fondue ou fondue a discretion (servem vários tipos, como no rodízio de pizza). Quando se está em grupo é ainda melhor!

 

15- Passeio de barco

Barco no com bandeira da Suíça no rio e deck de madeira

Passeio de barco em Lucerna (Foto: Marlyana Tavares)

Em frente a Estação Ferroviária (Bahnhof) e o KKL, no calçadão à beira do lago há quiosques onde se pode comprar o bilhete para o passeio. Os preços variam de acordo com a duração/trajeto a ser percorrido. Os barcos têm restaurante, passa  e/ou pára em  diversos locais/cidades. Se o tempo estiver bom para que se possa sentar do lado de fora do barco, o passeio é imperdível!

 16- Pilatusberg – Montanha Pilatus

Montanha com prédio redondo, plataforma de cimento onde se encontram várias pessoas, ferrovia com vagão ao fundo: Monte Pilatus em Lucerna, na Suíca

Um dia lindo de sol é garantia de movimento no Monte Pilatus, passeio para um dia inteiro (Deposit Photos)

No hotel em que estiver hospedado peça informação sobre agências que oferecem o passeio. Os preços  variam de acordo com a duração/percurso.

O mais longo ( e também o mais caro) dura cerca de um dia. Começa de barco, depois num trem que percorre 4.618 metros da ferrovia mais inclinada do mundo (48graus!) até o pico da montanha (2.132m sobre o mar). Na volta toma-senum teleférico, depois numa gôndola até Kriens e daí de ônibus até a Estação Ferroviária (Bahnhof).

Mas há passeios mais baratos como indo de ônibus de Lucerna a Kriens, e daí com o teleférico e gôndola até o pico e na volta o mesmo.

No pico, há uma galeria redonda e envidraçada de onde até com chuva se tem uma vista maravilhosa de parte dos Alpes, do lago Vierwaldstättersee (lago dos 4 cantões: Lucerna, Schwyz, Uri e Unterwalden) e da cidade de Lucerna.

17 – Programe-se para uma festa ou evento

Se a sua viagem para a Suíça/Lucerna puder coincidir com um dos eventos na cidade, será uma oportunidade para sentir de perto os costumes do povo e a contemporaneidade cultural da cidade, principalmente nas artes e na música. Listo abaixo os principais do ano.

Carnaval de Lucerna

Homens mascarados tocam instrumentos em parada musical

Tradicional carnaval de Lucerna: máscaras, bandas de música e todos os ritmos (Fotos: DP)

É o maior da Suíça Central. Começa na quinta-feira antes do início do carnaval brasileiro, exatamente às 5h da manhã com bandas espalhadas por toda a cidade abrindo, ao mesmo tempo, a alvorada. A primeira vez que participei, foi impactante. Um tremendo estrondo no silêncio da manhã!!!

As bandas seguem tocando de tudo que se possa imaginar. Não há um ritmo característico ou músicas carnavalescas. Lá pelas 7h os restaurantes já estão abertos, oferecendo uma sopa de farinha de trigo, a famosa Mehlsuppe (muito tradicional), para aquecer os ossos no frio de fevereiro.

Duas mulheres fantasiadas e no meio uma figura mascarada no Carnaval de Lucerna, na Suíça

Caí na folia devidamente fantasiada (Foto: Arquivo Pessoal)

À tarde há um desfile pela avenida principal da cidade. Sexta-feira e sábado à noite há diferentes bailes. Na segunda-feira à tarde há de novo o desfile com mais blocos do que na quinta-feira. Na terça, o carnaval é fechado, com o Desfile dos Monstros (Monstercorso) à noite. É a única época em que se vê lixo pelas ruas, principalmente latinhas de cerveja…

Festa de Verão

Sempre num sábado, normalmente no final de junho ou início de julho. Ao longo do Lago de Lucerna há barracas com comidas e suvenires de diferentes países, diferentes shows de música. Às 22 ou 22h30, todas as luzes ao redor do lago são apagadas para um show de fogos de artifício, às vezes acompanhando o ritmo de uma música clássica, que pode ser ouvida por toda a orla. 

Fumetto

Vai de 6 a 14 de abril de 2019, reunindo cerca de 50 mil pessoas. Festival de histórias em quadrinhos que acontece na primavera, com 12 exposições principais e 40 secundárias

Festival de Blues de Lucerna

Conhecido mundialmente desde 1995. Em 2006 ganhou o troféu “Keeping The Blues Alive”, concedido pela primeira vez fora dos EUA. Este ano, de 10 a 18 de novembro.

Festival de Lucerna

É um dos mais importantes festivais europeus para música clássica e moderna. Acontece no KKL.

Blue Balls Festival 

Em 2018, será de 20 a 28 de julho. São 9 dias de música ao longo da orla do lago, no KKL e no Hotel Schweizerhof. Amantes do blues, jazz, soul, rock e pop vão amar o festival que atrai cerca de 100 mil pessoas.

Funk no Lago

Acontece todos os anos pares (2018!) no Parque Lido com rock, pop, e hip-hop.

Maratona de Lucerna

É a terceira maior da Suíça.

PinkPanorama

Festival de filmes sobre homosexualismo.

Mais informações no site http://www.luzern.com/en/festivals-events/top-events-in-lucerne

18 – Experimente as delícias de Lucerna

Praliné de chocolate

Lozärner Rägetröpfli: Praliné de chocolate suíço, tentação do outro mundo (Foto: Luzern.com/Reprodução)

Não saia de Lucerna sem experimentar:

*Birnenweggen: doce com recheio de pera.

*Luzerner Lebkuchen: bolo com diferentes ervas aromáticas e melaço de pera tradicionalmente feito no inverno.

*Luzerner Chügelipastete: espécie de bolinho recheado com patê de carne.

*Lozärner Rägetröpfli: Praliné de chocolate

AUTORA CONVIDADA

Valéria Küng é enfermeira aposentada. Natural de Leopoldina, Minas Gerais, Zona da Mata, tem 60 anos e mora na Suíça há 30 anos. É casada com Urs Küng, também aposentado. Adora ler, saber das notícias aqui do Brasil e passear em Lucerna, onde sempre leva os amigos. Já escreveu para o De Saias pelo Mundo, seção História de Viajantes, o post Páscoa na Suíça: o que nos ensina a pequena Hünenberg.