Patricia Lamounier – Escolher bem onde ficar em Buenos Aires é meio caminho andado para uma viagem feliz. Buenos Aires é uma mistura de várias cidades. Estive lá quatro vezes e, desta vez, a opção foi o Centro.
Super cosmopolita, tem uma arquitetura de fazer inveja de tão linda e charmosa e uma das noites mais agitadas do planeta. Além disso, Buenos Aires é clássica, chique, tradicional com seus cafés antigos, feiras e mercados abertos e música e dança cuja tradição é passada de geração para geração.
Tive sorte de minha afilhada escolher como presente de 15 anos uma viagem ao exterior com a mãe e com a madrinha – eu! Decidimos que viajaríamos para alguma cidade na América do Sul, pela proximidade da língua, duração de voo e custo x benefício $$$ para uma viagem de 7 dias.
Depois de verificarmos várias capitais, optamos por Buenos Aires, a Paris da América do Sul. Cidade portenha onde a gastronomia, cultura & música nunca decepcionam! Buenos Aires é gostosa de visitar nas várias épocas do ano para ver ou rever os pontos turísticos e também explorar outros pontos da cidade – aqueles que poucos conhecem!
ONDE FICAR EM BUENOS AIRES
Amo Buenos Aires! Esta foi minha quarta vez lá e confesso: todas as estadas foram diferentes uma das outras. A cidade é enorme mas a maior parte dos lugares interessantes e turísticos ficam em apenas alguns bairros e muitos deles perto um do outro.
Tente ficar sempre no Microcentro, que corresponde a Puerto Madero, San Telmo, Retiro, Recoleta, Palermo e Congreso.
Fiquei duas vezes na praça central da Recoleta, perto do Cemitério, do Centro Cultural e do Museu de Belas Artes. Ficar na Recoleta tem um charme, um requinte todo especial!!!
A arquitetura é linda, bom comércio, bons restaurantes e com opção cultural. Se andar um pouquinho, você está na Floralis Genérica e perto dos parques e jardins. Além disso, é relativamente fácil chegar aos pontos turísticos. É um bairro tranquilo e com várias atrações turísticas.
Já fiquei em Abasto (não é microcentro!) num hotel muito chique com um bom custo x benefício! Mas apesar do hotel, do Shopping Abasto e do Monumento à Gardel (onde tudo se refere à música de Gardel), achei Abasto longe tudo, especialmente dos pontos turísticos!
Deve ser o máximo ficar em Palermo, um bairro de classe média alta. A região é dividida em Palermo Soho, Palermo Hollywood, Las Canitas e outros, e é perto dos melhores bares, restaurantes, danceterias e hotéis butiques.
Ótimo para quem gosta da noite e de seu burburinho! Os parques de Palermo são lindos. Ideal para quem gosta de correr, caminhar ou praticar algum esporte como bike ou patinação. Mas é longe do Centro.
Puerto Madero é talvez a região mais nova da cidade. Tem o metro quadrado o mais caro de Buenos Aires. É um lugar lindo para passear, com hotéis de luxo, restaurantes sofisticados e escritórios comerciais.
Congreso é do outro lado do microcentro (o que divide é a Av. 9 de Julio). Tem vários teatros, cinemas e um comércio movimentado. No entanto, acho a aparência da região decadente.
San Telmo está ao sul de Puerto Madero. Numa “pernada” chega-se lá! San Telmo é conhecido por sua arquitetura colonial, ruas de paralelepípedo, cafés pitorescos e aos domingos recebe a famosa Feira de Antiguidades. Ali você encontrará diversos shows interessantes executados por artistas de rua
Desta vez optei por ficar no Centro, perto da Rua Florida. O Centro não é tão bonito como a Recoleta, nem tão movimentado como Palermo, antigo como San Telmo, ou moderno como Puerto Madero. Os hotéis são mais antigos e alguns até muito simples, além das ruas apinhadas de turistas, dependendo da época. Então, qual a vantagem?
Com uma pequena caminhada nós estávamos perto de vários pontos turísticos (região de Puerto Madero, Praça de Maio, Obelisco, Teatro Colón, Casa Rosada e Recoleta, com suas atrações) e da Galeria Pacífico. Viajando com adolescente, é preciso ter na vizinhança lojas, farmácias, cafés, restaurantes e fast food – pizza ou sanduíche!
Com tudo isso, não existiria motivo para reclamações “aborrescentes”!!! Foi o que pensei. E acabou dando muito certo.
QUAL MOEDA LEVAR
Dizem que nos aeroportos o câmbio é mais um pouco mais baixo do que na cidade. Não em Buenos Aires! Especialmente no Aeroparque, o câmbio ás vezes chega a ser melhor do que na cidade. De qualquer forma, tanto os bancos ou as casas de câmbio estão em vários locais da cidade e é possível checar a variação.
Os bancos possuem filas e horário de abertura e fechamento. Já as casas de câmbio, principalmente as dos shoppings ou galerias fecham as 21h30.
Para troca de dinheiro – dólar, euro ou real, é necessário apresentar o passaporte ou a carteira de identidade. Algumas casas de câmbio e bancos pedem o papel do dia de entrada no país.
Não se deve trocar dinheiro nos táxis ou cambistas clandestinos – especialmente aquelas pessoas que ficam na Calle Florida gritando “cambio, cambio, cambio”. Existe a possibilidade de algum valor ou todo ele, ser falso.
Em cada época que fui a Buenos Aires, o valor do câmbio estava diferente. Houve época que era melhor trocar os reais. Desta vez achei melhor trocar dólares.
Um artifício que utilizei, dependendo do câmbio dos restaurantes e lojas, foi pagar com dólar ou reais e receber em pesos. Alguns lugares ofereciam a cotação melhor do que os bancos ou casas de câmbio. Outros não! Mas isto dependia muito de onde estava e da situação. Se não tiver pesos… Pague com real, dolar ou cartão de crédito.
COMO SE LOCOMOVER
– A pé: Caminhar é bom e faz bem à saúde. Além disso, é possível prestar mais atenção aos detalhes dos prédios, desejar um “Buen día” aos transeuntes e sentir os ares da cidade.
A maior parte dos pontos turísticos está perto um do outro. Assim, defina uma região ou um bairro e ande por ele. Se for o caso, conjugue com o táxi, metrô ou ônibus. É uma delícia andar por Buenos Aires.
– De táxi: Ainda é barato! Talvez seja a melhor maneira de se locomover rapidamente em terras portenhas. Os táxis são pintados nas cores amarela e preta. Os motoristas, em sua maioria, são sempre amigáveis e piadistas! Se tiver sorte você encontrará aqueles que gostam de cantar.
Porém, não mencione o local que deseja ir, pois eles não saberão (incrível!). Nesta última visita a capital portenha, pedi ao taxista que me levasse ao Café Tortoni. Ele não sabia onde era… Na verdade, parece que por lá ninguém é ligado no local e sim no endereço. Então, informe sempre o nome da rua e o número. Se não souber, fale somente a rua e a esquina mais próxima!
É bom andar com notas miúdas, pois facilita o troco e evita repasse de notas falsas. Confira sempre o valor recebido! Conselho meu: defina seu roteiro e conjugue uma caminhada com o táxi.
– De ônibus hop on/ hop off: É o ônibus turístico vermelho, de dois andares. Pára em vários pontos turísticos de B.A. a cada meia hora. O ingresso vale para 24 horas. Não vejo tanta necessidade de usá-lo, pois a maior parte dos pontos turísticos é perto um do outro e, com uma pequena caminhada, é possível chegar aonde deseja. Qualquer coisa pegue um táxi.
– De ônibus comum/ coletivos: Existem muitas linhas que se distinguem pelos números e cor. Cada linha tem um percurso definido e pode pagar em dinheiro ou usar o cartão SUBE, como fez o casal Tereza Gontijo e Anderson Spada, que contaram pra nós suas aventuras em Buenos Aires em “Histórias de Viajantes”.
CARTÃO SUBE: É um cartão obtido em quiosques, livrarias bancas de revista, estações de metrô e outros. Não é caro e é usado por turistas e porteños para viagens de trens, metrô e coletivos.
– De metrô: O metrô de B.A. foi inaugurado em 1913 e é o mais antigo da América Latina. São 6 linhas subterrâneas: A, B, C, D, E e H. É o meio de transporte urbano mais rápido e econômico da cidade. Nas horas de pico, nada salva!
– De bicicleta: O trânsito de veículos é caótico e perigoso especialmente para aqueles que estão de bicicletas, pois os motoristas dificilmente respeitam os ciclistas, apesar deles aumentarem a cada ano.
– De carro alugado: Conforme mencionei, o trânsito é caótico e o limite de velocidade pelos motoristas locais são sempre ultrapassados.
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